Mãe da Praça de Maio é covardemente torturada em sua própria casa
Ainda que possa ter sido um delito comum, chamou a atenção o fato de que a única pessoa agredida foi ela. "Não foi um assalto ou roubo. O que fizeram comigo foi uma verdadeira tortura. Quero que a Justiça investigue o caso a fundo para ver quem os mandou aqui”, diz Nora Centeno
Nora Centeno, militante das Madres de Plaza de Mayo, foi assaltada, golpeada violentamente e ameaçada por homens que entraram em sua casa na cidade de La Plata, no último sábado. Centeno contou que estava na cozinha quando três pessoas entraram em sua casa por um terreno vizinho. Quando perguntou o que estava acontecendo, um dos sujeitos golpeou-a na cabeça e a jogou no chão. Logo em seguida, a amarrou e a arrastou até o quintal de sua casa, onde também estavam sua nora, a companheira desta e sua filha.
“Como disse a eles que não tinha nada me arrastaram até o quintal uns vinte metros. Neste momento lhes disse que era uma Madre de Plaza de Mayo e pedi que não me batessem mais”, relatou Centeno. “Eles se irritaram mais ainda, me deram uma coronhada e me arrastaram de novo até a casa porque disse que tinha 500 pesos guardados”.
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“Eles ficaram uma hora em minha casa e me torturaram. Não foi um assalto ou roubo”, disse Nora, mãe de um desaparecido pela ditadura argentina em 1976 e integrante da linha fundadora das Madres de Plaza de Mayo, ao diário platense Diagonales.
“Vocês sabem como é isso. Vamos te dar um tiro”, disse um dos assaltantes quando a mulher se apresentou com Madre de Plaza de Mayo. Logo em seguida, os sujeitos começaram a gritar e a golpeá-la, ainda com mais força. “Denunciei três dias mais tarde porque quero saber quem está por trás disso”.
Ainda que possa ter sido um delito comum, chamou a atenção o fato de que a única pessoa agredida foi ela, apesar de outros familiares estarem juntos naquele momento. Nora ficou com graves ferimentos no rosto por causa dos golpes. “Eram jovens, mas não pareciam ser marginais. O que bateu em mim não estava drogado. Falavam bem. Não foi um assalto ou roubo. O que fizeram comigo foi uma verdadeira tortura. Quero que a Justiça investigue o caso a fundo para ver quem os mandou aqui”, completou Nora Centeno.
Francisco Luque – De Buenos Aires