General do Exército volta a descartar intervenção militar no Brasil
Autoridade máxima do Exército brasileiro, Eduardo Villas Bôas volta a descartar a possibilidade de golpe e diz que "intervenção militar constitucional" não existe
O comandante do Exército brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, alertou que a atual situação política e econômica do País é preocupante, podendo descambar para uma crise social. A mensagem foi repassada em uma videoconferência na última sexta-feira (9), em reunião com temporários da reserva militar.
“Estamos vivendo uma situação extremamente difícil, crítica, uma crise de natureza política, econômica, de natureza ética muito séria, e uma preocupação que essa crise, se ela prosseguir, ela poderá se tornar uma crise social com efeitos negativos sobre a estabilidade do País”, comentou
Quer dizer que Villas Bôas apoia um retorno dos militares ao poder no Brasil? Errado. O general destacou que o País tem as suas instituições em funcionamento.
Aos que acham que o retorno dos militares ao poder é a resposta para a situação atual, o líder do Exército deixou um recado final: “A sociedade tem que aprender com os seus erros e ela tem que desenvolver ferramentas e ter a consciência que cabe a ela solucionar esses problemas”, concluiu.
Em recente entrevista ao jornal Zero Hora, Villas Bôas já havia mencionado as crises política e econômica do Brasil — ocasião em que também rechaçou a possibilidade de intervenção militar.
“Até queria saber como se faz uma intervenção militar constitucional. Isso não existe”, disse Villas Bôas, quando questionado sobre um suposto retorno dos militares ao poder.
“No aspecto legal, não há possibilidade de intervenção militar, golpe, nada disso. Quando me perguntam o que os militares vão fazer, digo: está escrito no artigo 142 da Constituição. Pautamos a postura do Exército para contribuir na estabilidade. Nossa crise é de caráter econômico, político e ético, mas as instituições funcionam, vamos sair da crise. Pautamos também a legalidade, todo e qualquer emprego do Exército tem de estar respaldado na legislação, e a legitimidade. Por fim, exigimos coesão, o Exército como um bloco monolítico. Não podemos permitir qualquer tipo de fissura na estrutura e no pessoal da ativa ou reserva”, concluiu.
com Brasil Post e ZH