PSDB tenta conseguir desfecho de herói para Eduardo Cunha
PSDB negocia com Eduardo Cunha 'papel de herói'. Oposicionistas tentam convencê-lo de que viraria uma espécie de 'salvador da pátria', livrando-se da pressão do Ministério Público, se desse o pontapé inicial no processo de impeachment
O líder do PSDB na Câmara Federal, Carlos Sampaio (SP), afirmou esta semana que o partido vai aguardar mais informações quanto à possível existência de contas bancárias na Suíça em nome do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além do suposto envolvimento do peemedebista em esquemas de corrupção. “Seria leviano da minha parte afirmar que ele está envolvido. O Ministério Público ainda aguarda informações da Suíça e ele tem, por ora, o benefício da dúvida.”
De acordo com Sampaio, o PSDB não deve fazer nenhum movimento que pressione Eduardo Cunha a abandonar o cargo. “Enquanto não houver informações adequadas que comprovem o envolvimento de Cunha, o PSDB vai manter sua posição de apoio ao presidente da Casa”, disse. O deputado relembrou que Cunha não era o candidato do PSDB à presidência da Câmara, mas que o peemedebista construiu uma relação positiva com a oposição. “Temos um comportamento de confiança mútua construída em razão da postura de correção que ele vem adotando com as oposições.”
Herói
De acordo com o colunista Ilimar Franco, do jornal O Globo, existe um acordo de bastidores entre Eduardo Cunha e os tucanos. Isto é, o PSDB considera que, mesmo com milhões em contas na Suíça supostamente oriundos da corrupção na Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), pode conquistar um “papel de herói” no Brasil.
“Ontem os lideres Carlos Sampaio (PSDB), Mendonça Filho (DEM) e oposicionistas se reuniram com Cunha. Tentaram convencê-lo de que viraria uma espécie de herói nacional, livrando-se da pressão do MP, se desse o pontapé inicial no processo do impeachment”, afirmou.
A Procuradoria Geral da República (PGR) confirmou na última quarta-feira, 30, que o Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil os autos de uma investigação sobre Cunha por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A apuração aponta a existência de contas bancárias em nome de Cunha e de parentes dele no país europeu. As informações iniciais indicam valores na casa dos R$ 20 milhões.