Educação Política
Não é de hoje que a nossa juventude carece de uma formação política consistente. Na verdade, tudo deveria começar, de leve, na infância para que na adolescência a consciência nacional estivesse, de fato, sendo plantada.
Nos tempos da ditadura militar era obrigatório, para os primeiro e segundo graus, o ensino da matéria Educação Moral e Cívica (EMC), objetivando incutir nos alunos uma convicção nacionalista sólida. Mas para quê? Simplesmente visando enfrentar os comunistas e socialistas, e mesmo aqueles, não propriamente engajados nos movimentos anti-direitistas, que se contrapunham a quaisquer tipos de imposição ostensiva e forçada de conceitos e práticas. Tudo muito confuso!
Com o afrouxamento do regime, o termo Educação Moral e Cívica foi substituído por Organização Social e Política Brasileira (OSPB). Com o tempo e a consolidação da Abertura Democrática a matéria foi extinta. Bem que ela faz falta no sentido de mostrar como são as estruturas da política partidária profissional e como ocorrem os seus trâmites. O ensino sistemático dessas questões seria importante em virtude de procurar evitar que a nossa política continuasse a ser um tema banalizado e pejorativo, que todos se julgam capazes de abordar quando, verdadeiramente, só pouquíssimos reúnem credenciais para desenvolver.
*Luis Soares é escritor, colunista e editor de Pragmatismo Político