A lógica da política profissional
Falava com um grande amigo dias atrás a respeito da política profissional e suas nuances, de modo que ele expôs toda a sua repulsa ao destacar a falta de credibilidade na política como ponto primordial.
Pois bem, deixando as emoções de lado e encarando a questão com o mínimo de bom senso, existe, de fato, um aspecto que merece um pouco de atenção quando falamos em ausência de credibilidade na política: é a exploração, nos adversários, das falhas que, de uma forma ou de outra, todos cometem; além do auto-elogio exacerbado, quando é notório que os outros têm também o seu valor.
Desse modo, os políticos parecem mais caçadores e pescadores com suas “potocas” e estórias mirabolantes. Superdimensionam a importância das obras que realizam e das medidas que adotam, do mesmo jeito que, por exemplo, os esportistas ou profissionais diversos pirotecnizam suas façanhas ao exagerarem o tamanho do peixe ou da presa que abateram.
A lógica predominante no universo da política profissional é precisamente esta. Cada um se canoniza, enquanto condena os demais ao fogo do inferno. Assim é no Brasil e em todos os outros países onde imperam injustiças sociais e os seus governos, lastreados na democracia, são impelidos a agradar gregos e troianos, isto é, ricos e pobres. O saldo disso é a cruel realidade indicando que quem possui mais está sempre no lucro, em detrimento do prejuízo dos que tem menos.
*Luis Soares é escritor, colunista e editor de Pragmatismo Político