As recentes pesquisas de intenção de voto feitas na Paraíba para as eleições do ano que vem mostram, de forma bem clara, que o eleitor continua com o mesmo perfil de sempre: em regra, sem nenhum compromisso partidário ou ideológico. Vale frisar que a tendência é a mesma em todo o país. Ao mesmo tempo em que confere a Lula 94% de aprovação, externa a preferência por José Serra como substituto do petista no Palácio do Planalto. Do mesmo modo, enquanto o atual governador, José Maranhão, tem seus oito meses de mandato bem avaliados, seu inimigo político, Cássio Cunha Lima, é agraciado com uma esmagadora intenção de votos.
A capacidade analítica do brasileiro é fraca, não por lhe faltar inteligência, todavia devido ao seu pouco tempo disponível para se ater à cena política. Será que essa incoerência em seus posicionamentos é boa ou má para os brasileiros? Num tempo onde cada vez mais se prega o fim das ideologias, não seria de uma gravidade maior tal quadro. Afinal, é do temperamento brasileiro a acomodação, a moderação quando é preciso fazer até mesmo uma difícil travessia.
Revisitar a nossa história é salutar e utilitário na medida dos muitos exemplos existentes em relação ao espírito conciliador do nosso povo. Nessa linha, não faltam os que consideram PT e PSDB irmãos íntimos. No entanto, existem muitas diferenças de estilo que estão impregnadas na própria história de cada um.
Como não há mais espaço para exacerbamentos, uma vez que ninguém admite que a performance econômica do país perca a linearidade, se pode prever que Lula venha a ser esquecido pela grande maioria dos que, hoje, o glorificam. Se o seu sucessor, independentemente do partido a que pertença, não fizer besteira, o crescimento sustentável da economia, já uma conquista, será mantido e continuará o aprimoramento dos programas sociais.
Ante a possibilidade de os tucanos e aderentes voltarem ao poder, resta aos mais atentos aos rumos do Brasil reforçarem a certeza de que Luiz Inácio consagrou, em todo o continente, a validade de uma esquerda moderna!
*Luis Soares é escritor, colunista e editor de Pragmatismo Político
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