Categories: Política

Agora, um pouquinho de futebol

Share

Os “puristas” permanentemente de plantão, principalmente em época de Copa do Mundo, já se apossaram do melhor argumento para justificar um possível fracasso da Seleção de Dunga na África do Sul. As ausências de alguns jogadores serão exploradas até a exaustão, cansando os torcedores mais velhos e confundindo os mais jovens. Se a Copa do Mundo fosse um torneio bem mais longo, com pontos corridos, jogos de ida e volta, o Brasil, sem dúvida, estaria entre os primeiros favoritos. Como é um campeonato curto, do tipo mata-mata, qualquer dos melhores times pode pular fora logo (Espanha, Alemanha e Itália ainda estão em situação delicada), alimentando a satisfação daqueles que estão sempre procurando vender, até na “pechincha”, suas convicções muitas vezes questionadas até por eles próprios, mesmo que somente diante do grande companheiro de todas as noites: o travesseiro.

A verdade é que em toda copa existem craques que não são convocados e que, por isso, são transformados em “mártires” utilitários, que são convertidos no “álibi” caído do céu para legitimar o “linchamento” do técnico do momento. Os “paladinos” do futebol-arte bem que terão enorme prazer com a derrota do arrogante Dunga. Por sinal, abençoadas sejam a prepotência e a intransigência dele no enfrentamento com os mesmos que levaram o simpático e tolerante Parreira ao calvário.

O lado irracional que norteia o futebol, tão preponderante para a sua sobrevivência como o esporte mais popular do planeta, não deve durar mais do que o tempo de uma partida. Se assim for, nosso espírito estará bem treinado para os embates políticos da vida, tanto no aspecto partidário como no cotidiano.

Luis Soares, em Pragmatismo Político