A consciência política brasileira está em pleno processo de depuração. E essa purificação do pensamento nacional, queiram ou não os conservadores, passa obrigatoriamente pela aceitação ou rejeição de Lula enquanto mediador que as circunstâncias ungiram para a consolidação do nosso processo histórico. Não há como excluir o nosso presidente dos rumos ideológicos do Brasil.
É prazeroso para qualquer humanista ver o incômodo que Lula causa naqueles que fantasiam a realidade e pensam que pode aparecer alguém super-ético para liderar a “redenção” do Brasil. É igualmente compensador notar que os algozes de Lula mais esclarecidos se embaraçam ao terem que repetir o mesmo discurso carcomido contra os que se insurgem contra a também já “caduca” exploração do homem pelo homem.
Lula não é perfeito, é evidente! Se houvesse uma quase unanimidade em torno da sua boa imagem como político e cidadão comum, haveria razões para que se fizesse um contraponto à mistificação imposta ao petista presidente.
Mesmo o mais ferrenho admirador de Lula, se equilibrado for, não se recusará a ver seus defeitos e a tentar melhorá-lo. Porém, o que ocorre é que os seus opositores, desde sempre, o colocam na defensiva permanentemente.
Assim, são os adversários de Lula que o tornam perfeito. Eles o sacralizam por serem tão imperfeitos e o taxarem como o mais imperfeito dos homens públicos. O certo é que os críticos de Lula não veem que é inviável termos políticos muito melhores que eles próprios (os críticos).
Mais do que gostosíssimo é ver que o Brasil, depois de Lula, não se contentará em apenas lamber as próprias feridas.
*Luis Soares, Pragmatismo Politico
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