“O Bolsa Família tem um peso muito grande para as políticas sociais, e acabou ampliando a parcela do orçamento que chega a crianças e adolescentes”, acrescenta o especialista.
“Na década de 90, apenas 1,5% de tudo que o governo gastava tinha como foco a criança e o adolescente. Entre 2000 e 2002, a média desses gastos estava em 2,3%. Subiu para 2,7% entre 2003 e 2006, e para 3,5% entre 2007 e 2009”, informou o pesquisador, ao explicar dados obtidos durante o estudo que desenvolveu em parceria com a Fundação Centro de Defesa Bento Rubião.
Segundo afirma que o percentual ainda é baixo, mas pondera que o fato de investir mais recursos não garante que o objetivo seja cumprido, até porque há o risco de desvio. “O que precisa ser melhorado é a qualidade desses benefícios”, avalia. “Uma coisa que pode ajudar a caminharmos nessa direção é a transparência”, acrescenta.
Investimentos federais
Na outra frente do estudo – na qual os dados avaliados são os percentuais da arrecadação federal bruta que são aplicados na promoção ou garantia dos direitos de crianças e adolescentes – há um aumento significativo nos valores.
Os dados apontam que em 2005, 8,2% da arrecadação federal bruta foram destinados a beneficiar crianças e adolescentes, passando a 8,6% no ano seguinte – recorde histórico. Em 2007, foi registrada uma queda do percentual (6,8%), seguida de dois aumentos consecutivos: 7,2%, em 2008; e 8% em 2009.
Caliandra
O Instituto Caliandra de Estudos, Ação Social e Assistência Cidadã é uma organização não governamental que atua em políticas públicas que visam à promoção dos direitos humanos e o combate a desigualdades sociais que afetam crianças e adolescentes.