Dilma e Serra: enquanto não começa o horário eleitoral
Enquanto a campanha de José serra, do PSDB, quer sustentar o empate técnico com a candidata do PT, Dilma Rousseff, até o começo do horário eleitoral, na esperança de retomar a liderança nas pesquisas
Enquanto aguardam o início do horário eleitoral, no dia 17 de agosto, os candidatos participam de sabatinas e fazem corpo a corpo com os eleitores. O horário eleitoral é um marco na campanha. Com a exposição diária dos candidatos e seus projetos no rádio e TV, é possível definir a opinião do eleitorado.
Enquanto a campanha de José serra, do PSDB, quer sustentar o empate técnico com a candidata do PT, Dilma Rousseff, até o começo do horário eleitoral, na esperança de retomar a liderança nas pesquisas, a equipe de Dilma trabalha com a perspectiva de ampliar a vantagem sobre o tucano.
E para isso, a campanha de Dilma preparou uma ofensiva da candidata nos estados da região Sul onde Serra está em vantagem. Na próxima quinta-feira (29), ela desembarca em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde, à noite, participa de um comício com a presença do presidente Lula. No sábado (31), Dilma e Lula participam de uma caminhada na Boca Maldita, no centro de Curitiba, tradicional ponto de encontro político da capital paranaense.
Até agora, Dilma e Lula já apareceram juntos em duas ocasiões: no Rio de Janeiro, há duas semanas, e em Pernambuco. Além dos estados do Sul, estão previstos comícios com a presença de Lula em Belo Horizonte, no dia 6 de agosto, e em São Paulo, no dia 13 ou 14 de agosto.
Sem efeito
Ao comentar o resultado da última pesquisa Datafolha, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, nesta segunda-feira (26), que a estratégia da oposição de agredir e atacar “não surte efeito”. De acordo com a pesquisa, os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) estão empatados tecnicamente, com 37% e 36% das intenções de voto, respectivamente. Na pesquisa do Vox Populi, Dilma está com oito pontos à frente de Serra.
“Essa estratégia da oposição de agredir e atacar, reduzir o nível da campanha, não surte efeito”, comentou Padilha, referindo-se às declarações do vice de Serra, deputado Índio da Costa (DEM-RJ), que associou o PT às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico.
“A população brasileira não espera candidatos que venham acreditar que possa surtir algum efeito eleitoral a crítica e agressão”, continuou. Para o ministro, o rumo da campanha da candidata Dilma Rousseff está certo. “Certamente vamos ter outro momento de campanha quando começar o programa de TV”, afirmou.
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), um dos coordenadores da campanha da candidata do PT, Dilma Rousseff, à Presidência da República, vê com otimismo a evolução da candidatura de Dilma. De acordo com ele, no entanto, os ataques dos adversários vão se intensificar.
“Talvez por isso nossos adversários, que começaram com a política de não falar mal, agora se ocupam de falas muito ruins, ao meu ver, do ponto de vista do que é um bom debate eleitoral. Quando você parte para fazer acusações levianas e a desqualificação do outro é porque você não tem argumentos políticos e quer fugir do verdadeiro debate pautado por políticas públicas e na comparação entre o que foi o governo tucano e o nosso”, afirmou.
Para Cardoso, situação como as declarações de Índio, endossadas por Serra, “vão se repetir. Não vou dizer que será uma campanha tranquila e fácil. Pelo contrário, será uma campanha dura e não podemos menosprezar os adversários. Agora, que o clima está muito favorável a nós, está.”