Cinema

Gabriel García Márquez vira filme pela 7ª vez

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Campeão de vendas nas livrarias, “Memórias de minhas putas tristes”, do colombiano Gabriel García Márquez, enfim chegará às telas, marcando a volta de um mestre do cinema europeu, cada vez mais bissexto nas telas: o dinamarquês Henning Carlsen, que surpreendeu os anos 60 com “Dilema” e “Fome”, e, há tempos, refugiou-se na produção de curtas-metragens.

Para o projeto de “Memórias…”, rodado no México, com codireção de Ricardo Del Río, Carlsen conta com a colaboração de um mito do roteiro: o francês Jean-Claude Carrière, parceiro de mestres como Luís Buñuel (“O discreto charme da burguesia”) e Andrzej Wajda (“Danton — O processo da revolução”).

Não sei a linha dramática que Carlsen vai adotar na narrativa. Mas ele me convocou para escrever as cartas redigidas pelo personagem principal. Como gosto muito de García Márquez, produzi as correspondências trocadas na trama”, diz Carrière, por telefone.

Mexicano protagoniza o filme

Carrière, que faz uma pequena participação como ator em “Copie conforme”, do iraniano Abbas Kiarostami, ainda inédito no Brasil, não participou das leituras do roteiro finalizado por Carlsen. Internacionalmente, o longa-metragem é conhecido apenas como “Memória”. Sabe-se que o ator mexicano Damián Alcázar será o protagonista: um jornalista, telegrafista e professor que, ao completar 90 anos, decide fazer amor com uma virgem.

Alcázar interpretou o papel de um engajado sacerdote que contracena com Gael García Bernal no sucesso de bilheteria “O crime do padre Amaro”, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2003. O resto do elenco ainda não foi divulgado. Segundo jornalistas italianos, a produção já foi inscrita para o Festival de Veneza, que acontece de 1 a 11 de setembro. Mas Carlsen, conhecido por seu requinte fotográfico e por demorar meses na finalização de cada longa, mantém a produção em sigilo total.

“Memórias de minhas putas tristes” é o sétimo longa-metragem baseado na obra de García Márquez realizado nesta década. Nos últimos dez anos, sua literatura serviu de matéria-prima a realizadores como o moçambicano radicado no Brasil Ruy Guerra (“O veneno da madrugada”) e o inglês Mike Newell (“O amor nos tempos do cólera”). Em 2009, a Colômbia, em coprodução com a Costa Rica, adaptou “Do amor e outros demônios”, com direção da estreante Hilda Hidalgo.

O Globo

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