A mesma praça, o mesmo banco
A servidora diz desconhecer as acusações e nega ter consultado as declarações do líder tucano. Aparecida foi diretora do sindicato de analistas fiscais no ABC, mas afirma que nunca foi filiada a nenhum partido. Tão logo seu nome foi revelado, o presidente do PT, José Eduardo Dutra apressou-se a esclarecer que ela não figura entre os filiados da legenda. De qualquer maneira, a informação alimentou as acusações da oposição sobre a suposta fabricação de um dossiê petista para comprometer a candidatura de José Serra (PSDB).
Em entrevista ao portal Terra, Jorge afirmou ter certeza de que os dados do seu Imposto de Renda foram repassados ao comitê de Dilma. “Sem sombra de dúvida, se ela (Aparecida) for culpada, é só a ponta”, afirmou o tucano. “Quem vazou para a Folha de S.Paulo não foi ela, mas o comitê de Dilma, de acordo com o que a própria Folha me disse.” O jornal afirma ter obtido quatro dossiês anti-Serra. Em um deles estariam as cópias da declaração de IR de Eduardo Jorge entre 2005 e 2009.
Dilma refuta qualquer envolvimento de sua equipe de campanha na montagem de dossiês contra adversários. Lideranças do PT acusam a oposição de plantar factoides na mídia. À tevê Record, o presidente Lula afirmou que cabe à corregedoria do Fisco esclarecer o caso. “A Receita é intocável. Até para o presidente da República é tão intocável que, se eu pedir a declaração do meu pior inimigo, a Receita precisa me denunciar.”
A corregedoria do Fisco não descarta a hipótese de a senha da servidora ter sido usada indevidamente por terceiros, sem o consentimento da analista. A investigação prossegue.