Mídia é colonizada até no futebol
O servilismo da mídia colonizada se expressa até no futebol. Ela venera o “primeiro mundo”, seu paraíso de consumo, e menospreza os povos do “terceiro mundo”. Esta opção ficou patente antes mesmo do início das partidas. Várias reportagens destacaram o caos existente na África do Sul e alertaram para o risco da violência, dos “atos terroristas”. Nada disto ocorreu até agora. A alegria do sofrido povo sul-africano contagiou multidões e obrigou a mídia a mudar o tom.
Racismo e direitismo
Este servilismo chega a produzir cenas deprimentes, de explícito racismo. A emissora Sportv, da poderosa Rede Globo, humilhou os vizinhos do Paraguai após a sua desclassificação. Num texto carregado de preconceitos, um repórter desqualificou o país como “paraíso obscuro do mundo” e zombou até da fisionomia dos paraguaios, da sua gastronomia e da sua música. A agressão gerou protestos da imprensa local, que destacou o orgulho do seu povo com a campanha da seleção.
No mesmo rumo, a mídia brasileira estimulou os piores instintos contra os argentinos. Ela tentou, de todas as formas, ridicularizar o técnico Maradona. Uma comentarista da GloboNews chegou a afirmar que, além de culpado pela “derrota humilhante diante da Alemanha”, ele seria criticado por suas opções políticas, “de apoiar a presidente Cristina Kirchner e o regime cubano”. Haja servilismo, de uma mídia que parece uma sucursal rastaqüera do império estadunidense.