A entrega dos pedidos de registro de candidaturas presidenciais nesta segunda-feira ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foi um pungente indicativo das distorções do nosso sistema eleitoral. Ali compareceram nove candidatos, dos quais apenas um terço tem representatividade, viabilidade e projeto.
As regras permitem que candidatos como Eymael, do PSDC, e José Maria, do PSTU, Levy Fidelix, do PRTB, e Rui Pimenta, do PCO, tornem-se velhas figuras carimbadas, com sucessivas candidaturas presidenciais que se prestam – e mal – a pouco mais do que autopromoção. E resultam em chacota diária e em descrédito do processo político.
E como não fazer chacota de propostas como: promover aumentos salariais mensais, garantir uma poupança de quatro salários mínimos para cada brasileiro ao nascer, ou ainda expropriar sem indenização grandes empresas privadas. Não, não é piada. São propostas de governo formais, entregues à justiça eleitoral e tratadas como se sérias fossem.
Um marciano que tivesse pousado no segundo andar do TSE nesta segunda-feira e assistisse ao trabalho da imprensa, dedicando horas de trabalho minucioso e mobilizando grandes engrenagens da mídia nacional para dar publicidade ao ridículo e à irracionalidade do sistema, certamente não compreenderia como um país inteiro aceita e se submete a tais regras. Maquiadas com uma falsa aura de democracia, elas apenas provam que uma reforma política é absolutamente urgente.
R7