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Nixon quis usar bombas atômicas contra Coreia do Norte

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O ex-presidente dos Estados Unidos Richard Nixon (1969-1974) pensou em usar armas nucleares contra a Coreia do Norte após a derrubada de um avião espião dos Estados Unidos sobre o mar da Coreia em 1969.

Documentos confidenciais recentemente revelados pelo governo dos Estados Unidos mostram que o ex-presidente Richard Nixon (1969-1974) cogitou usar armas nucleares contra a Coreia do Norte, informou nesta quinta-feira (8) o jornal espanhol El País.

Nixon, que renunciou em 1974 após um escândalo de corrupção, colocou a bomba atômica como uma das opções em resposta ao abate do avião espião. De acordo com os documentos secretos, Nixon via a Coreia do Norte como uma “ameaça iminente” e queria atacar com armas nucleares se a República Popular Democrática da Coreia desferisse algum “ataque” aéreo contra o sul.

O plano, denominado de Freedom Drop, continha “opções acordadas para o uso de armas nucleares táticas contra a Coreia do Norte”. Em nota, o secretário de Defesa à época, Melvin Laird, estima que as vítimas civis de um ataque como esse ficariam “entre cem e vários milhares”.

Os documentos também mostram outras possíveis opções militares, todas elas dirigidas a um “ataque punitivo” contra as supostas “ameaças” da RPDC.

Nixon também quis usar a bomba atômica contra o Vietnã. Em abril de 1972, em conversa com seu assessor de Segurança Nacional, Henry Kissinger, o ex-presidente dos EUA achou que bombardear fábricas era muito pouco, e disse que preferia “usar a bomba atômica”.

Kissinger disse que acredita ser exagerado o uso da bomba A, ao que Nixon contestou: “A bomba nuclear lhe incomoda, Henry? Só quero que pense grande”.

Apesar dos planos de Nixon, no entanto, as armas nucleares ainda não foram usadas contra o Vietnã ou a Coreia do Norte. O único país que sofreu o ataque criminoso com bombas nucleares foi o Japão, com as cidades de Hiroxima e Nagasaki sendo arrasadas e que matou instantanêamente mais de 200 mil pessoas, em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial.

El País