Antes de mais nada, é preciso esclarecer duas coisas. Primeiro: por que os tucanos, tão queridos da família Frias, não perguntam à Folha de S. Paulo, que divulgou a “denúncia” inicialmente, quem foi que repassou as informações ao jornal? Assim, não seria preciso realizar sindicâncias nem processos judiciais, gastando tempo e dinheiro dos órgãos públicos. Basta a Folha revelar quem é sua fonte. Ou será que as informações chegaram ao jornal por e-mail anônimo, como se fosse um spam, da mesma forma que a ficha falsa de Dilma Rousseff publicada pela Folha? Ao proteger sua fonte sob a desculpa esfarrapada do direito ao “sigilo da fonte”, a Folha deixa muitas margens para que se suspeite de uma armação urdida pelo próprio jornal para prejudicar a campanha presidencial da candidata petista.
Segundo: se Eduardo Jorge fosse candidato nestas eleições de 2010, seus bens teriam que ser declarados e tornados públicos por força da legislação eleitoral. Estariam, neste momento, expostos para quem quisesse ver no site do TSE. Portanto, não é razoável que um dirigente partidário, que já foi homem de confiança de FHC e ministro no governo tucano, tenha tanto receio de que sua declaração de Imposto de Renda torne-se pública. Ou melhor, há razões sim para ter medo. E muitas delas são explicadas em dezenas de matérias que foram publicadas na imprensa ao longo dos últimos dez anos e que ajudam a revelar quem é o que fez Eduardo Jorge.
Caldas costuma levar às barras dos tribunais todos os veículos de comunicação e procuradores de justiça que ousam revelar a participação dele em negociatas suspeitas. Até os veículos que agora o protegem por conta do imaginário “dossiê” já foram processados pelo tucano e tiveram que se calar. Mas com o advento da internet, já não é mais possível esconder seu passado.
Nesta matéria do jornal Hora do Povo (clique aqui para ler), pode-se contemplar algumas das manchas que enodam a biografia do emplumado Eduardo Jorge Caldas Pereira.
E para não dizerem que são denúncias da “esquerda”, há também esta outra matéria (clique aqui para ler), da direitista revista Veja, de julho de 2000, que ajuda a desvendar os “rastros do ex-assessor de FHC”.