Se for eleito governador da Paraíba agora, em 2010, com o apoio de Cássio Cunha Lima (PSDB), Ricardo Coutinho (PSB) estará caindo na maior armadilha que já terá sido preparada para um político em nosso Estado.
Se for eleito governador da Paraíba agora, em 2010, com o apoio de Cássio Cunha Lima (PSDB), Ricardo Coutinho (PSB) estará caindo na maior armadilha que já terá sido preparada para um político em nosso Estado. É certo que ele calculou muito bem o que poderia lucrar com a aliança feita com o filho de Ronaldo e seu grupo. Caminha na direção do precipício confiando demasiadamente em si mesmo, no seu carisma pessoal e em sua história política. Porém, o velho ditado não deixa de pular em sua significância: “O apressado come cru”. É o que está acontecendo com Ricardo, que não quer esperar o angu cozinhar. Sua fome insaciável pelo poder o fará padecer de uma incômoda disenteria. E haja papel para limpar o leite derramado.
Se ganhar nas urnas de outubro, só conseguirá governar em paz no primeiro ano do mandato. A partir de 2012, o grupo Cunha Lima, comandado dissimuladamente pelo próprio Cássio, começará o processo de desestabilização do seu governo, nos mesmos moldes, guardando-se as devidas proporções, do que aconteceu em Campina Grande, quando Cozete Barbosa foi boicotada ao assumir a prefeitura com a ida de Cássio para a disputa que o levaria ao seu primeiro mandato como governador em 2002.
Na terceira vez que foi prefeito de Campina, Cássio teve Cozete (PT) como sua vice. A composição PMDB-PT, na época, causou também grande polêmica, pois Cozete construíra sua imagem política como ferrenha opositora ao referido grupo. Pois bem, não foi dado a ela o direito de disputar a reeleição em 2004 pela mesma coligação vitoriosa em 2000. Não porque ela foi incompetente e fez o que não devia, mas devido ao célebre clã não admitir que ninguém mais brilhe com mais intensidade, a não ser seu único protagonista. Os aliados têm que ser meros coadjuvantes, assim como os próprios correligionários, a exemplo do ex-prefeito de Campina, Felix Araújo Filho, e do próprio Cícero Lucena. Um belo dia, José Maranhão se rebelou e mudou a história.
A menos que ocorra o improvável, Ricardo Coutinho passará a compor a galeria dos dizimados politicamente pelas “mãos amigas” de Cássio Cunha Lima, que ficará assim:
– Félix Araújo Filho
– Cozete Barbosa
– Cícero Lucena
– Ivandro Cunha Lima
– Ricardo Coutinho
– e muitos outros…
*Luis Soares é editor de texto, editor geral e colunista de Pragmatismo Político
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