Categories: Política

Pêndulos

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Além do fenômeno da polarização entre PT e PSDB (esta é a quinta eleição presidencial decidida pelas duas siglas), também se cristaliza na política brasileira a teoria dos pêndulos.

São os Estados mais relevantes do país que podem pender para tucanos ou petistas durante uma disputa. Os cinco Estados mais relevantes, por abrigarem os cinco maiores eleitorados, são, pela ordem, São Paulo (22,3% do total do país), Minas Gerais (10,7%), Rio de Janeiro (8,5%), Bahia (7%) e Rio Grande do Sul (6%). Juntos, somam expressivos 54,5% dos eleitores brasileiros.

Em disputas recentes, sempre que um candidato a presidente vence na maioria desses Estados, leva também o Planalto. Em 1994 e 1998, o tucano Fernando Henrique venceu em quatro desses eleitorados -foi derrotado pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva as duas vezes no Rio Grande do Sul.

Já em 2002, foi a vez de Lula vencer em quatro desses Estados no primeiro turno. Só perdeu no Rio de Janeiro, pois naquele ano um político local (Anthony Garotinho) estava no páreo e teve a maioria dos votos fluminenses. Em 2006, o petista também venceu em quatro “pêndulos”. Perdeu em São Paulo para o paulista Geraldo Alckmin. 

Na atual eleição, as coisas estavam mais ou menos equilibradas até meados de julho. O tucano José Serra vencia em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Agora, perdeu o eleitorado mineiro para a petista Dilma Rousseff -que já ostenta larga vantagem na Bahia e no Rio de Janeiro, segundo a pesquisa Datafolha do fim de semana.

A eleição é apenas no dia 3 de outubro e viradas sempre podem ocorrer. Mas uma coincidência a favor de Dilma estabeleceu-se nas sondagens de intenção de voto. Nas últimas quatro eleições, quem teve maioria em Minas Gerais, Rio e Bahia encaçapou também o Palácio do Planalto. Essa é exatamente a situação da petista no momento.

Fernando Rodrigues