Pelas regras estabelecidas pelo TSE, o candidato que esteve em último lugar num dia vai para o primeiro no dia seguinte. Seguindo essa ordem, Dilma só vai abrir o horário gratuito no quinto dia de campanha na TV: sábado, 28 de agosto. Marina vai abrir o terceiro dia: sábado, 21 de agosto.
A ordem é a seguinte: Serra, em primeiro; Plínio de Arruda Sampaio (Psol), em segundo; Rui Costa Pimenta (PCO), em terceiro; José Maria (PSTU), em quarto; Dilma, em quinto; José Maria Eymael (PSDC), em sexto; Levy Fidelix (PRTB), em sétimo; Marina, em oitavo; Ivan Pinheiro (PCB), em nono.
O TSE adiou a definição sobre os limites da aparição dos candidatos à Presidência nas campanhas de aliados nos estados. Em junho, o tribunal decidiu que o presidenciável não poderia aparecer na propaganda de mais de um candidato a governador num determinado estado. A decisão gerou reclamações de políticos que contam com o apoio de mais de um presidenciável. É o caso de Fernando Gabeira (PV), candidato ao governo do Rio com o apoio de Marina e do PSDB de Serra.
O presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, suspendeu a publicação da decisão no Diário da Justiça e convocou novo julgamento, que começou a ser realizado ontem. Nele, Lewandowski votou pelo fim da verticalização da propaganda. “A liberdade assegurada na formalização das coligações deve estender-se também à veiculação da propaganda eleitoral dos partidos nos diferentes níveis em que atuam”, argumentou. Mas, o julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Marcelo Ribeiro.
As estratégias dos dois principais candidatos à Presidência para o debate de amanhã na TV Bandeirantes mostraram-se bem diferentes ontem, antevéspera do encontro. Enquanto Serra foi às ruas, Dilma reuniu-se com os coordenadores de sua campanha para discutir pontos de seu programa de governo.
Debate
Dilma disse que debates na televisão não são “um torneio de provocações” e prometeu que não vai baixar o nível da campanha nem apelar para ataques durante o debate — que reunirá pela primeira vez os principais candidatos presidenciais. “O debate é um momento de prestar contas, apresentar seus projetos, mostrar o que você fez e o que ainda pretende fazer”, afirmou.
Apesar de nunca ter disputado uma campanha política antes, Dilma disse que não está nervosa. “Eu não preciso tomar um lexotan porque carregar um governo como o do presidente Lula é algo muito leve e um prazer defendê-lo. Outros governos, sim, é que são pesados e seus defensores vão ter que tomar muitos lexotans para terem paciência”.
A candidata reuniu-se com o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra (SE), o secretário-geral do partido, José Eduardo Cardozo (SP) e o deputado Antonio Palocci (PT-SP) para definir alguns pontos do programa de governo. O tema foi educação.
Ela pretende ampliar o número de vagas no ensino básico e fundamental; construir novas escolhas nos municípios com até 50 mil habitantes; e também prometeu extinguir com a política de “progressão automática do aluno”, que impede a reprovação dos estudantes do ensino público. “Essa política, em prática em alguns estados, prejudica a aprendizagem”, disse.
Segundo Dilma, seu governo fará uma política específica, unindo esporte e educação, para preparar o país para a Copa de 2014 e para a Olimpíada de 2016. “Queremos incentivar a formação de atletas e, por isso, vamos cobrir quatro mil quadras esportivas e construir outras seis mil em escolas públicas de todo o Brasil”, acrescentou.
Serra fez uma caminhada no bairro de Heliópolis, na zona sul de São Paulo, onde visitou um Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e uma escola técnica. O tucano foi acompanhado pelos candidatos ao governo de São Paulo pelo PSDB, Geraldo Alckmin, e ao governo do Rio pelo PV, Fernando Gabeira.