Mais pessoas buscam por emprego no país |
O desemprego brasileiro diminuiu em agosto e registrou o menor patamar da série histórica, iniciada em 2002. A taxa caiu para 6,7% em agosto, ante 6,9% em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Economistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters projetavam uma taxa de 6,9%, de acordo com a mediana de 16 respostas que variaram de 6,7 a 7,3%.
– É um resultado positivo e dá continuidade a um movimento que começou no início do ano… Isso é reflexo do cenário econômico favorável. O mercado está muito dinâmico. E estamos deixando a crise para trás e voltamos ao movimento no mercado de trabalho anterior a crise. O movimento foi interrompido em 2009 e o cenário atual aponta que voltamos a crescer num ritmo acelerado como ocorria antes da crise – disse Cimar Pereira Azeredo, responsável pela pesquisa.
A tendência é de continuidade da queda, segundo Azeredo.
– Sempre as taxas que seguem o mês de agosto tendem a ser menores até dezembro… Nunca aconteceu desde março de 2002 disso não ocorrer. Setembro, outubro, novembro e dezembro tendem a ser menor – afirmou.
O IBGE acrescentou que a população ocupada somou 22,135 milhões de pessoas em agosto, alta de 0,5% sobre julho e avanço de 3,2% contra igual mês do ano passado. O número de desocupados totalizou 1,600 milhão, queda de 2,6% na comparação mensal e recuo de 15,3% na anual. O rendimento médio do trabalhador brasileiro foi de 1.472,10 reais em agosto, alta mensal de 1,4% e elevação anual de 5,5%.
Maior procura
O aumento do número de pessoas procurando emprego e a redução na capacidade de gerar postos de trabalho, principalmente por causa dos impactos da crise financeira de 2008, se refletiram na taxa de desemprego do ano passado. Essa é umas das avaliações do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) que estudou dados do mercado de trabalho compilados em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
– Há indícios de reflexos negativos na capacidade de absorção de indivíduos em 2009. Em uma outra análise, não houve uma piora na tendência de melhora da qualidade dos postos de trabalho – disse o economista do Ipea, Carlos Henrique Corseuil.
O comunicado do Ipea, divulgado nesta quinta-feira, aponta que a taxa de desemprego cresceu 1,3 ponto percentual entre 2008 e 2009 e fechou o ano em 9,1%. O aumento foi considerado expressivo, pois a taxa vinha caindo desde 2005 e atingiu o menor valor nos 12 meses anteriores (7,8%). Apesar da dificuldade de absorção do mercado de trabalho, o Ipea destaca que a taxa de 2009 é uma das menores da década, em contraste com o maior valor de 10,5%, em 2003. Alem disso, ressalta que a base de comparação, a taxa de 2008, era “excepcional”, difícil de ser batida.
O Ipea também destaca que em 2009 o rendimento do brasileiro continuou crescendo, refletindo “a participação de pessoas escolarizadas”, e foi o maior desde 2001, R$ 1.068,39. No período, o número de pessoas com mais de 11 anos de estudo que entraram no mercado de trabalho foi maior.
Correio do Brasil