Vamos aos fatos: Dora Kramer tem coluna diária na grande imprensa dopaís, cujo conteúdo, não censurado, é sistematicamente de oposição; asgrandes redes de TV’ s e rádios, apesar de concessões públicas, tem oseditoriais dos seus noticiários definidos por uma agenda política daoposição, sem direito ao contraste e à diversidade.
Kramer – assim como a grande imprensa – tem a pretensão de representara opinião pública brasileira, mas ao constatar que o seu “jornalismo”não está pautando a consciência do povo, agride a diversidade,afirmando que só os que não dependem do governo para viver e produzir,podem pensar livremente. Representantes da elite, descolados darealidade, não perceberam que com a eleição de um metalúrgico, umretirante nordestino, o povo é cada vez mais protagonista da vidapolítica nacional, não é um espectador passivo dos articulistas deplantão. No ambiente democrático, o povo vai fazendo a sua própriaexperiência política, forjando os seus valores e posições.
Insatisfeita com os rumos políticos, Kramer assume a agenda da oposiçãoacusando o PT de ganhar as eleições principalmente porque não joga naregra, no mano a mano, com igualdade (ou quase) de condições eextrapola no abuso da máquina e das infrações à lei.
Diante da iminente derrota do PSDB e do DEM, a articulista já tentapautar o comportamento da oposição, decidindo que, por princípio, deveser “do contra”. “Isso só se faz com a clareza de que é preciso ter”lado”, posição. Achar que o adversário – principalmente da envergadurado PT – em algum momento dará sombra e água fresca é ilusão à toa.Coragem é indispensável e sensibilidade para mobilizar a sociedade, nemse fala”. Até parece que é a velha UDN, de plantão. Se não conseguemlevar no voto, quem sabe?