Se eleição fosse hoje, Dilma teria 63% do Senado
Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) ultrapassou Arthur Virgílio |
Se as eleições fossem hoje, tomando-se como base a última pesquisa disponível em cada estado, levando-se em conta os dois primeiros colocados e o terço de senadores que prosseguirão por mais quatro anos, Dilma, caso eleita, teria o apoio de 63% dos senadores, ou 51 deles. Serra, hoje, teria ao seu lado apenas 27 senadores (33,3%). Marina Silva, do PV, teria situação complicada: nenhum senador em sua base de apoio. E Plínio de Arruda Sampaio (Psol), na remotíssima hipótese de se eleger, poderia contar com Heloisa Helena, que deve se eleger senadora por Alagoas.
A tarefa de livrar Dilma de opositores ferrenhos vem obtendo sucesso no Amazonas e no Rio de Janeiro. No Amazonas, o senador Arthur Virgílio (PSDB) é nome que consta de uma “lista negra” do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que contém nomes que ele não quer de forma alguma ver de novo no Senado pelos problemas que lhe causaram na oposição. Até a última pesquisa, Arthur parecia que conseguiria garantir um novo mandato: ele aparecia em segundo, atrás de Eduardo Braga, do PMDB. Pesquisa do Ibope realizada entre 10 e 12 de setembro, porém, mostra que ele foi ultrapassado pela deputada Vanessa Grazziotin, do PCdoB. E Eduardo Braga disparou, com 80% das intenções de voto.
No Rio, Dilma livrou-se – pelo menos neste momento – de uma potencial dor de cabeça: o ex-prefeito César Maia, pai do presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia. César Maia era o segundo nome, perdendo apenas para Marcelo Crivella, do PRB. Mas, segundo pesquisa Datafolha divulgada em 11 de setembro, foi ultrapassado pelo ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Faria.
Mudança do eixo oposicionista
Berço do PSDB, São Paulo, com a saída de Orestes Quércia (PMDB) da disputa para tratar de um câncer, não deverá ter senadores oposicionistas na bancada caso se confirme um eventual governo Dilma. De acordo com a última pesquisa do Datafolha, a bancada paulista será formada por dois petistas que já foram marido e mulher – Eduardo e Marta Suplicy – e complementada pelo cantor de pagode e vereador Netinho de Paula (PCdoB), que hoje lidera a pesquisa.
Essa derrocada paulista aponta para Minas Gerais como novo eixo de liderança da oposição ao governo. Ali, Aécio Neves (PSDB) segue com folga para se eleger senador. E puxa com ele o ex-presidente Itamar Franco, que deverá ser o único senador do PPS. A bancada se completa com Elizeu Rezende (DEM), que permanecerá por mais quatro anos.