A pedido da Assembleia Nacional, que alegou “falta de garantias” para retomar as atividades, o presidente do Equador, Rafael Correa, decidiu prorrogar até sexta o estado de exceção decretado para enfrentar a rebelião de policiais, na última quinta. A decisão coincidiu com a divulgação, pela agência de notícias estatal Andes, de uma gravação que teria sido feita na central de rádio da polícia, e na qual se ouvem vozes de supostos agentes instigando ao assassinato do presidente.
“Matem Correa para que isto acabe!”, é uma das declarações contidas na gravação de meia hora. “Matem o presidente!”, insiste outra voz. “Não deixem esse fdp sair! Até que assine (as exigências da polícia), daqui não sai! Senão, esse babaca sai morto”, diz outra passagem.
Falando ao Correio Braziliense por telefone, o ministro da Defesa, Javier Ponce, ressaltou que a intenção de assassinar Correa ficou evidente, e relatou outro episódio, ocorrido quando uma unidade de elite resgatou o chefe de Estado.
“O veículo no qual eles (os amotinados) supunham que o presidente saía (do hospital) sofreu mais de seis disparos, o que demonstra que houve tentativa direta de assassiná-lo”, acusou o ministro.
O presidente revelou ontem que está “destroçado e deprimido” pela rebelião dos policiais. “Para mim, isso não foi uma vitória política”, disse em entrevista. Apesar do clima gerado pelo violento incidente de quinta-feira, o episódio terminou por reforçar a popularidade de Correa.
Uma pesquisa divulgada pela empresa Santiago Pérez (SP) demonstrou que o apoio passou de 65% para 75%. A sondagem também revela que 74% dos entrevistados rejeitaram “os policiais que tomaram o regimento”, contra19% que os apoiaram.
Agências