Cientistas políticos da UnB apontam os maiores desafios de Dilma
Para o professor aposentado do Ipol Octaciano Nogueira a estabilidade da moeda brasileira está assegurada. “Não haverá chances para aventuras políticas nessa área. Já chegamos a ter 2.500% de inflação ao ano. Foram 25 anos de inflação incontrolável e hoje ela chega a um dígito por ano”, argumentou.
Por outro lado, Nogueira acha que Dilma pode ser prejudicada pela sua falta de experiência político-partidária. “Isso sempre pesa contra. Ela não foi testada nas urnas para nenhum cargo anterior e vai ter que aprender a dirigir o Brasil”.
A mesma dúvida tem o professor Nielsen de Paula Pires: “Não sei se Dilma poderá manter a mesma estabilidade política e econômica do presidente Lula. O que ele conseguiu não foi tarefa fácil e exige muita circulação política”. Ele prevê mudanças no quadro de alianças para o próximo ano.
Nielsen afirmou que Dilma vai ter que negociar diante do PMDB cobrando espaço, o que pode complicar a situação. Porém, o professor avalia que embora as coligações sejam necessárias, o poder de decisão continuará com Dilma. “A única caneta que importa é a dela”, diz.
Reforma Política
Mariza Bulow também avaliou que um dos principais temas a serem enfrentados pela presidente eleita será a reforma política; “Essa é uma pendência que com certeza vai ser estar na pauta do pós-Lula”, diz.
Ao que parece o tema de fato deve mobilizar os atores políticos no próximo ano. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse em entrevista nesta quinta (4) que o presidente Lula vai se dedicar às negociações com os partidos para viabilizar a reforma.
“Ao sair do governo, a principal tarefa que ele (Lula) vai assumir, e vai lutar como um leão por essa tarefa, é pela reforma política e do sistema político-eleitoral do país”, afirmou o ministro.
Agências