O presidente lembrou do início dos trabalhos do CDES, quando houve um certo ciúme por parte do Congresso Nacional, que suspeito que o Conselho serviria para diminuir o seu poder e criar no País uma democracia direta, e não valorizar a democracia participativa. Levou-se muito tempo, disse Lula, para convencer deputados e senadores – bem como setores da imprensa – de que o Conselho não era uma área de conflito, mas um espaço para orientar o governo e tornar o debate mais plural.
“Creio que terminado esses oito anos, não exista um só congressista ou alguém do governo que não seja obrigado a reconhecer o trabalho importante que o Conselho fez para o presidente da República, para o governo e para o Brasil. Aqui não houve temas proibidos. Aqui não houve discursos censurados, aqui ninguém discutia previamente o que cada um tinha que falar. Cada um se inscrevia, falava o que queria, ouvia o que não queria”, disse Lula.
“(…) Alguns desistiram no meio do caminho, outros começaram e estão até hoje no conselho, mas a verdade nua e crua é que nunca antes da história do Brasil membros da sociedade foram chamados para participar da definição de políticas públicas do governo como no nosso governo”, completou o presidente.
O presidente Lula voltou a lembrar que deixará para a presidente eleita Dilma Rousseff uma herança de muitas conquistas. Além do constante diálogo do governo com setores da sociedade, há também inúmeras obras importantes – hidrelétricas, ferrovias, estaleiros, refinarias -, seriedade e previsibilidade na condução da economia do País e um desenvolvimento regional consolidado. “Uma nação não é grande pelo que os outros pensam dela, ela é grande pelo que nós pensamos dela. Porque nós queremos que ela seja”, disse Lula, convicto de que o País está no caminho certo.
“Na escada da democracia, a gente não pode descartar nenhum dos degraus que nós já ultrapassamos. Cada degrau é uma conquista que tem que ser soldada, carimbada, para que faça parte da história, porque tudo que a gente abandona, não valoriza nas nossas conquistas, termina voltando contra nós”, disse Lula.
Trevisan: o legado do Conselhão
Em artigo publicado ontem na página do CDES, o empresário Antoninho Marmo Trevisan, diretor presidente da Trevisan Escola de Negócios e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, fala sobre o legado do órgão consultivo. Ele cita o debate travado no Conselho em reunião do dia 23 de outubro de 2008 sobre a crise econômica mundial e registra que “naquele memorável encontro, a visão do colegiado sobre o grave problema internacional, suas possíveis consequências e o poder de reação do Brasil foi apresentada a Lula pelo então Comitê Gestor do Conselhão”.
“Delinearam-se na reunião os fundamentos das medidas anticíclicas que acabariam sendo adotadas pelo Brasil, com absoluto sucesso, no enfrentamento do crash internacional: incentivo ao consumo e à produção, por meio da garantia de crédito para investimentos e compras e da redução de impostos e dos juros; e flexibilização emergencial da jornada de trabalho e dos acordos coletivos, priorizando a manutenção dos empregos. Seria redundante enumerar os resultados. Basta verificar os indicadores atuais de nossa economia”, relata Trevisan.
“A ênfase àquele diálogo entre o presidente da República e a população evidencia, de maneira muito clara, o papel desempenhado pelo CDES. Desde a sua criação, todos os temas nacionais foram discutidos de maneira ampla, vigorosa, transparente, sem censura e constrangimentos. O colegiado cumpriu com êxito a missão a ele delegada por Lula, quando o instituiu”, opina o empresário.
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