José Agripino (RN) é um dos postulantes à Presidência do DEM |
Com ou sem adversários na convenção nacional de 15 de março, o líder do Democratas no Senado, José Agripino Maia (RN), decidiu assumir sua candidatura a presidente do partido. Além de acirrar a disputa pelo comando da legenda — entre os grupos do ex-senador Jorge Bornhausen e o prefeito Gilberto Kassab (São Paulo), de um lado, e do atual presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ), do outro —, o gesto de Agripino esquenta a briga pela liderança do DEM na Câmara dos Deputados.
Agripino resolveu anunciar sua candidatura após ser surpreendido por notícias de que Bornhausen, Kassab e outros integrantes do grupo convidaram o senador Marco Maciel (PE) para se candidatar à presidência do partido. O senador potiguar sentiu-se “desconsiderado”, já que havia recebido convite dos dois grupos nos quais o DEM está dividido para ser o candidato de consenso.
Já Marco Maciel — que não foi reeleito para o Senado e termina o mandato no dia 31 — ainda não se manifestou publicamente sobre a possibilidade de concorrer. Embora não se apresente como candidato de apenas um grupo, ele tem apoio da ala ligada ao presidente do partido.
Câmara
A eleição da próxima Executiva Nacional do DEM está marcada para 15 de março. Até lá, os dois grupos que disputam o comando do partido se enfrentarão em outra batalha: a escolha do líder da bancada na Câmara.
Os candidatos são os deputados Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), apoiado por Maia e Agripino, e Marcos Montes (MG), indicado pelo atual líder, deputado Paulo Bornhausen (SC). A bancada de 43 deputados eleitos do DEM escolherá o líder em reunião no dia 31 de janeiro, um dia antes da posse do novo Congresso.
Com sua decisão, Agripino reforça a candidatura de ACM Neto. Favorito, o baiano tem viajado pelo país em campanha. Já visitou cerca de 14 Estados, alguns deles mais de uma vez. Embora dispute contra um mineiro, ACM Neto tem aval do ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG). Marcos Montes conta com o empenho de Kassab em sua candidatura. Outro cabo eleitoral seu é a senadora Kátia Abreu (TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
A eleição do novo líder é decisiva para a definição do comando partidário. Presidente de legenda que não estiver articulado com os líderes da Câmara e do Senado torna-se uma espécie de “rainha da Inglaterra, não manda nada”, explica um integrante do DEM. Isso porque a ação política do partido se realiza no Congresso. E a orientação das bancadas é feita pela liderança. Sem articulação com os líderes, o dirigente não tem autoridade sobre a atuação do partido no Legislativo.
O fator Kassab
Uma vez eleito, a atuação do líder é estratégica para a escolha do presidente da sigla de direita. Entre outras razões, por dispor de cargos para preencher na Câmara e poder de indicar relatorias e integrantes de comissões. Por trás da eleição pelo controle do DEM está a articulação de Kassab para filiar-se ao PMDB, levando um grupo de deputados. O prefeito diz a aliados que sua permanência no DEM depende do resultado da eleição interna, porque está sem espaço e sem poder no partido.
Políticos ligados a Maia rebatem a argumentação. Afirmam que a decisão de Kassab de deixar o DEM já está tomada e, por isso, quer eleger um aliado na presidência do partido para que sua saída não seja contestada na Justiça. Agripino já avisou que não apoiaria essa estratégia, porque estaria estimulando uma debandada do partido. O plano do prefeito seria controlar as duas legendas em São Paulo, para fortalecer seu projeto de disputar o governo paulista em 2014, provavelmente contra o atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB).
Agripino aceitara, desde que não houvesse disputa, porque assumiu como tarefa tentar pacificar a legenda. Ele alega não ter sido avisado da mudança de estratégia do grupo de Bornhausen. Agora, o senador admite enfrentar até uma disputa na convenção, se houver adversário. “Aceito a disputa como missão para reunificar o partido.”
Já Marco Maciel — que não foi reeleito para o Senado e termina o mandato no dia 31 — ainda não se manifestou publicamente sobre a possibilidade de concorrer. Embora não se apresente como candidato de apenas um grupo, ele tem apoio da ala ligada ao presidente do partido.
Câmara
A eleição da próxima Executiva Nacional do DEM está marcada para 15 de março. Até lá, os dois grupos que disputam o comando do partido se enfrentarão em outra batalha: a escolha do líder da bancada na Câmara.
Os candidatos são os deputados Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), apoiado por Maia e Agripino, e Marcos Montes (MG), indicado pelo atual líder, deputado Paulo Bornhausen (SC). A bancada de 43 deputados eleitos do DEM escolherá o líder em reunião no dia 31 de janeiro, um dia antes da posse do novo Congresso.
Com sua decisão, Agripino reforça a candidatura de ACM Neto. Favorito, o baiano tem viajado pelo país em campanha. Já visitou cerca de 14 Estados, alguns deles mais de uma vez. Embora dispute contra um mineiro, ACM Neto tem aval do ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG). Marcos Montes conta com o empenho de Kassab em sua candidatura. Outro cabo eleitoral seu é a senadora Kátia Abreu (TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
A eleição do novo líder é decisiva para a definição do comando partidário. Presidente de legenda que não estiver articulado com os líderes da Câmara e do Senado torna-se uma espécie de “rainha da Inglaterra, não manda nada”, explica um integrante do DEM. Isso porque a ação política do partido se realiza no Congresso. E a orientação das bancadas é feita pela liderança. Sem articulação com os líderes, o dirigente não tem autoridade sobre a atuação do partido no Legislativo.
O fator Kassab
Uma vez eleito, a atuação do líder é estratégica para a escolha do presidente da sigla de direita. Entre outras razões, por dispor de cargos para preencher na Câmara e poder de indicar relatorias e integrantes de comissões. Por trás da eleição pelo controle do DEM está a articulação de Kassab para filiar-se ao PMDB, levando um grupo de deputados. O prefeito diz a aliados que sua permanência no DEM depende do resultado da eleição interna, porque está sem espaço e sem poder no partido.
Políticos ligados a Maia rebatem a argumentação. Afirmam que a decisão de Kassab de deixar o DEM já está tomada e, por isso, quer eleger um aliado na presidência do partido para que sua saída não seja contestada na Justiça. Agripino já avisou que não apoiaria essa estratégia, porque estaria estimulando uma debandada do partido. O plano do prefeito seria controlar as duas legendas em São Paulo, para fortalecer seu projeto de disputar o governo paulista em 2014, provavelmente contra o atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB).
Valor Econômico