Soldado americano se diverte e parece se orgulhar da barbárie cometida |
A revista alemã Der Spiegel publicou hoje fotografias que mostram abusos de soldados estadunidenses no Afeganistão. Nelas se vê militares junto de cadáveres, que poderiam ser de civis, como se tratam-se de troféus. Diante do escândalo, o exército estadunidense ofereceu desculpas “pelo sofrimento” causado. Este feito recordou as imagens das prisões iraquianas de Abu Ghraib, quando entre 2003 e 2006 se mostrou a forma com que alguns empreiteiros e membros da Agência Central de Inteligência abusaram dos prisioneiros enquanto lhe tiravam fotos.
Em duas imagens publicadas, que segundo o semanário alemão as autoridades dos Estados Unidos haviam tratado de manter secreto, parecem mostrar a dois integrantes de uma unidade do exército que supostamente mataram a civis afegãos por diversão.
Em uma delas, um suposto soldado com um cigarro na mão levanta a cabeça de um homem ensanguentado, que parece estar morto. Na segunda, outro suposto soldado sorri com o mesmo homem.
Uma terceira foto mostra dois corpos, aparentemente morto, apoiado contra um poste.
Assinalando que tais ações estão sob investigação e sujeitas aos procedimentos do conselho de guerra estadunidense.
Der Spiegel disse que um dos soldados nas fotos é o cabo Jeremy Morlock, que enfrenta acusação de homicídio premeditado pela mortes de três afegãos.
O outro é o soldado Andrew Holmes acusado de participar em um complô para executar um homem no Afeganistão em janeiro, registrou a revista.
O plano, supostamente pensado pelo sargento Calvin Gibbs e por Morlock, implicou em disparar contra um civil e lançar granada de fabricação russa para que parecesse que era um combate contra inimigos. Em novembro, Holmes conseguiu uma suspensão temporal dos processo legais em relação aos cargos de assassinato, segundo seu advogado.
Morlock é um dos cinco soldados acusados de assassinato no caso. outros sete são acusados de tentar bloquear a investigação, consumir drogas e golpear gravemente a um companheiro em represália por informar a seus superiores.
Der Spiegel assinalou que os militares estadunidenses trataram de impedir a publicação das fotos por temer a possibilidade de reação contra suas tropas no Afeganistão.
“Der Spiegel publicou só três das 4 mil fotos e vídeos, só as necessárias para a história que queria ser contada aqui”, afirma a revista.
Estados Unidos, com quase dos terços dos 150 mil soldados estrangeiros que o ocupam o Afeganistão desde o final de 2001, tem recebido censuras frequentes por sua atuação contra civis.
Fontes de direitos humanos em Kabul e da insurgência afegã denunciaram que não menos de uma cetena de civis foram mostos por bombardeios indiscriminados das forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em medida este ano.
Autoridades afegãs acusam Otan de matar mais de 70 civis nas últimas semanas na província de Kunar, fronteira com o Paquistão.
La Jornada