Redação Pragmatismo
Direita 29/Mar/2011 às 15:40 COMENTÁRIOS
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Jair Bolsonaro tenta justificar o injustificável: seu racismo

Publicado em 29 Mar, 2011 às 15h40

Após polêmica entrevista ao programa CQC, da Band, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), não recua em seus ataques ao homossexualismo, à presidente Dilma Rousseff e sustenta sua defesa da Ditadura Militar brasileira, a dois dias do aniversário do Golpe que derrubou o ex-presidente João Goulart. Em entrevista a Terra Magazine, o parlamentar reitera as críticas que fez ao comportamento da cantora Preta Gil, mas retifica as que foram consideradas racistas:

Eu entendi que ela me perguntou o que eu faria se meu filho namorasse um gay (…) Se eu tivesse entendido assim (da forma como a pergunta foi feita), eu diria: ‘meu filho pode namorar qualquer uma, desde que não seja uma com o teu comportamento’. Se eu fosse racista, eu não seria maluco de declarar isso numa televisão – afirma.

Assustado com a repercussão das bobagens proferidas, o deputado se recusa a assumir o  que disse e agora tem pressa para se justificar, sob pena do risco real de ser cassado ou condenado caso seja processado pelo  Ministério Público. Certamente está arrependido de falar o que realmente pensa em rede nacional. E, para a sua tristeza (e/ou surpresa?), o Brasil felizmente não se mostrou tão reacionário quanto ele desejava.

Confira a entrevista:

O senhor foi questionado pela cantora Preta Gil sobre o que faria caso um filho seu se apaixonasse por uma mulher negra. O senhor respondeu que “não corre o risco” de um filho seu se apaixonar por uma negra por que eles foram “muito bem educados” e não viveram num ambiente “como lamentavelmente” era o dela.

Jair Bolsonaro: A última resposta está causando problemas, eu sei disso. Mas você pode ver que a minha resposta não se encaixa na pergunta, quando falo em promiscuidade no final. Foi como o próprio Marcelo Tas disse, eu não devo ter entendido, ou a pergunta foi outra. Mas não vou acusar a televisão. Eu entendi que ela me perguntou o que eu faria se meu filho namorasse um gay.

Não. A pergunta foi se o filho do senhor se apaixonasse por uma negra.

Se eu tivesse entendido assim, eu diria: ‘meu filho pode namorar qualquer uma, desde que não seja uma com o teu comportamento’. Se eu fosse racista, eu não seria maluco de declarar isso numa televisão. Como é feito o programa do CQC? É humorístico, certo? Foi colocado um computador na minha frente e eu não tinha ninguém do programa do Marcelo Tas por perto. Havia apenas um rapaz na câmera e outro no computador. As perguntas passavam na tela e eu respondia. Eu entendi que a pergunta foi sobre o que eu faria se meu filho namorasse um gay. 

Como ela perguntou sobre a paixão entre seu filho e uma mulher negra, eu refaço a pergunta: o que o senhor faria?

Sem problema nenhum, desde que não seja alguém com o comportamento da Preta Gil. 

Além disso, a defesa do senhor ao (Emílio Garrastazu) Médici, (Ernesto) Geisel e (João Batista) Figueiredo também é polêmica.

Eu tenho orgulho de ter pertencido a esse governo onde generais desse porte eram presidentes da República.

Dia 31, o Golpe Militar faz “aniversário”.

Golpe? Golpe?

Sim.

Bom, eu vou discursar na Câmara. Se você quiser te mando todos os jornais da época. A imprensa pedia de joelhos que os militares assumissem. Bem como a Igreja, as mulheres, empresários, ruralistas. Não tem esse “golpe” que você fala. Golpe foi quando Fidel Castro assumiu o poder, colocou 10 mil no paredão e começou a governar. 

Como o senhor deve acompanhar, anos depois, fala-se em direitos humanos, retratação histórica às vítimas da Ditadura Militar…

O presidiário não sofre hoje, não? Naquela época, os perigosos que faziam curso de guerrilha em Cuba é que, uma vez detidos, metiam bomba, torturavam tenentes… Você queria que dessem tratamento VIP a esse pessoal quando fossem presos?

A agressão vinha do Estado. 

Não vem com essa conversa de Estado. Antes de Estado, são seres humanos embaixo de uma farda, de um uniforme… Hoje, é praxe, linha de defesa, dizer que foi torturado. Quem sofre torturas tem sequelas. Pode ver.

Agora, a Dilma (Rousseff, presidente da República) falou que tinha vivido 23 dias sob tortura e não falou nada. Eu não tenho o curso que eles tiveram em Cuba, na China e na Coreia do Norte sobre guerrilha tortura e terrorismo, mas se eu tivesse disposição para isso, em dez minutos a Dilma contaria até como ela nasceu. 

Voltando ao assunto inicial, o senhor falou bastante na educação que deu para seus filhos ao CQC. O que eles acharam da entrevista?

Um está na minha frente, se quiser falar com ele… Eu tenho cinco filhos, o mais velho está aqui.

O senhor elogiou muito a ditadura, deseja o retorno dela? O senhor ajudaria um golpe militar hoje no Brasil?

Eu sou a favor de um regime de autoridade, não de corrupção como vemos hoje em dia. Por que o PT, que fala tanto em Comissão da Verdade e Tortura, não quer apurar o sequestro, tortura e execução do prefeito Celso Daniel, do PT. 

O senhor colaboraria para o retorno de um regime ditatorial no Brasil?

Com o regime de autoridade, seja quem for a pessoa na Presidência. Eu, até hoje, não consegui ser governo. Quero ser governo de um presidente com autoridade, com moral e princípios éticos. Você já viu o novo Programa Nacional de Direitos Humanos da Maria do Rosário voltado à população LGBT? Viu lá professor gay em escola de primeiro grau, livro didático com gravuras homossexuais, bolsa gay pró-jovem homossexual… É legal isso? Meu filho vai ter que dizer que é gay pra ter uma bolsa de estudo? Ou vai ter que queimar a rosquinha pra ter direito a bolsa de estudo para entrar na cota de homossexual, é isso? O meu filho ou o teu. 

Suponho, então, que o senhor seja contrário ao kit que pretendem distribuir nas escolas.

Eu que detonei o kit-gay, subi na Tribuna, fui na Luciana Gimenez, no Ratinho… O homem é produto do meio, imagina se pega essa lei, permitindo que casais homossexuais adotem crianças? Vão fazer reserva de mercado para jovens garotos homossexuais. O filho vai crescer vendo a mãe bigoduda ou careca, o pai andando de calcinha ou a mãe de cueca. 

Pragmatismo Político com informações do Terra Magazine

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