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Morte de Bin Laden não encerra guerra no Afeganistão

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Povo afegão deve continuar sofrendo com guerra dos EUA
O secretário-geral da Otan (Aliança Militar agressiva dos países ocidentais), Anders Fogh Rasmussen, declarou nesta segunda-feira (2) que apesar do assassinato do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, a organização vai continuar guerreando no Afeganistão.
“Enquanto o terrorismo continuar representando uma ameaça direta à nossa segurança e à estabilidade internacional, a cooperação internacional continuará sendo fundamental e a Otan estará no coração dela”, afirmou Rasmussem.

O secretário lembrou ainda que a Otan considerou os atentados de 11 de setembro como um ataque contra todos os aliados.

A morte de Bin Laden em uma operação americana no Paquistão é um “êxito significativo para a segurança dos aliados e de todas as nações que se uniram a nossos esforços no combate contra o terrorismo global”, afirma o secretário-geral em um comunicado.

Reafirmando a continuidade da guerra na região, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que a “Al-Qaeda não pode acabar nem derrotar” seu país. Assim como o presidente americano Barack Obama, Hillary afirmou que com a morte de Osama bin Laden “foi feita a justiça”.

“Isso é um marco na luta contra o terrorismo, mas a batalha contra a Al-Qaeda continua e não termina com a morte de Bin Laden”, destacou Hillary.

Sem desculpas

Já o governo do Irã afirmou hoje que a morte do líder extremista acabava com “qualquer desculpa” para os EUA e seus aliados manterem forças no Oriente Médio. “Os EUA e seus aliados não têm mais desculpa para enviar forças ao Oriente Médio sob o pretexto de combater o terrorismo”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast, segundo o site da emissora local Press TV.

Mehmanparast disse que o Irã espera que a notícia ajude a “estabelecer a paz e a segurança na região”, ressaltando que o governo de Teerã “condena fortemente o terrorismo em todo o mundo”. As informações são da Dow Jones.

Guerra no Afeganistão

Em 2001, empossado como presidente dos Estados Unidos, o republicano conservador, George W. Bush, filho do ex-presidente George Bush, colocou em prática uma política externa que visava a reafirmar o imperialismo norte-americano frente ao mundo, sob o pretexto da “luta contra o terrorismo”.

Nesse mesmo ano, em 11 de setembro, nos Estados Unidos, as Torres Gêmeas (World Trade Center) e o Pentágono foram alvo de atentados. Nesse momento, a busca quase que interminável pelo suposto autor dos atentados – Osama bin Laden – se iniciou. Os Estados Unidos trataram de empenhar sua mais moderna tecnologia e o mais completo efetivo militar para rastrear o terreno montanhoso do Afeganistão em busca do líder da Al-Qaeda.

Os fatos ocorridos após o atentado vêm sendo acompanhados pelo mundo inteiro ao longo da última década. Nesse período, os Estados Unidos declararam guerra não só ao líder Bin Laden como, principalmente, a toda a população afegã – onde, segundo o governo norte-americano, a rede Al-Qaeda se encarregava de treinar terroristas.

Em outubro de 2001, os Estados Unidos e o Reino Unido iniciaram a caça a Bin Laden e a guerra com o objetivo de derrubar o Talibã, movimento fundamentalista islâmico nacionalista que se difundiu no Paquistão e, sobretudo no Afeganistão, a partir de 1994, e que efetivamente governou o país entre 1996 e 2001, ano em que foi derrotado pelas forças norte-americanas.

O governo americano colocou no poder um aliado com a dita “incumbência de reconstruir a nação e instaurar a democracia”, em uma região marcada pela diversidade étnica e religiosa.

Atualmente, cerca de 140 mil soldados estão no Afeganistão, apesar do crescente temor entre os europeus sobre essa guerra lançada pelos EUA para combater a rede Al-Qaeda e o Talibã, após os atentados de 11 de setembro de 2001.

Mesmo tendo conquistado o Nobel da Paz em 2009, Barack Obama, anunciou o envio de 30 mil soldados adicionais ao Afeganistão, a partir do início de 2010. A decisão provocou reações de pessoas e autoridades de todo o mundo, questionando a promessa de campanha de retirar as tropas do país durante seu governo.

Desde os atentados em 11 de setembro, Bin Laden era o líder mais procurado pelas forças americanas. A recompensa para informações que levassem ao seu paradeiro era de 25 milhões de dólares.

Vermelho & Agências