Escândalo: Suspeito de acobertar pedofilia é nomeado embaixador pela Santa Sé
Publicado em 29 Jul, 2011 às 16h10
Giuseppe Leanza quer fugir dos esclarecimentos |
A Santa Sé nomeará o núncio (representante diplomático permanente da Santa Sé) na Irlanda, Giuseppe Leanza, como seu novo embaixador na República Tcheca, após tê-lo chamado nesta semana para consultas sobre as acusações do governo irlandês sobre casos de abusos sexuais.
Segundo informa a imprensa irlandesa, o Ministério das Relações Exteriores do país já foi informado sobre a decisão e a embaixada tcheca em Dublin também confirmou que o próximo destino do religioso será Praga. Leanza desempenha o cargo de núncio na Irlanda desde abril de 2008.
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Fontes oficiais explicaram nesta sexta-feira à Agência Efe que o Executivo continua esperando uma resposta oficial do Vaticano sobre o último relatório sobre abusos cometidos por sacerdotes católicos na Diocese de Cloyne, no condado de Cork.
As relações entre Roma e Dublin estão estremecidas desde que o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, atacou no Parlamento as mais altas instâncias da Igreja Católica. O primeiro-ministro assegurou que o Vaticano incentivou os bispos do país a não denunciar os casos de padres pedófilos e advertiu ao papa que a religião não “dirige a Irlanda”, onde impera a lei civil.
Denúncia
Uma carta divulgada pela rede de TV irlandesa RTE aponta que um departamento interno do Vaticano, a Congregação para o Clero, aconselhou os bispos irlandeses. A carta mostrou que as autoridades do Vaticano rejeitaram, em 1997, a ideia de iniciar um processo de ‘denúncias obrigatórias’ a partir de queixas de abusos contra menores.
Datada de janeiro de 1997, a carta é assinada pelo arcebispo Luciano Storero, já morto, que era representante-chefe do então papa João Paulo 2º para a Irlanda. O documento foi escrito um ano depois que um comitê de bispos irlandeses elaborou novas políticas que sugeriam que fossem ‘obrigatórias’ as denúncias à polícia caso houvesse suspeitas de abusos.
Denúncia
Uma carta divulgada pela rede de TV irlandesa RTE aponta que um departamento interno do Vaticano, a Congregação para o Clero, aconselhou os bispos irlandeses. A carta mostrou que as autoridades do Vaticano rejeitaram, em 1997, a ideia de iniciar um processo de ‘denúncias obrigatórias’ a partir de queixas de abusos contra menores.
Datada de janeiro de 1997, a carta é assinada pelo arcebispo Luciano Storero, já morto, que era representante-chefe do então papa João Paulo 2º para a Irlanda. O documento foi escrito um ano depois que um comitê de bispos irlandeses elaborou novas políticas que sugeriam que fossem ‘obrigatórias’ as denúncias à polícia caso houvesse suspeitas de abusos.
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O documento, redigido pela Congregação para o Clero, diz que o órgão do Vaticano havia estudado as novas políticas irlandesas, mas enfatizava que essas políticas ‘necessitam estar em conformidade com as normas canônicas em vigor’.
‘A (política de) ‘denúncias obrigatórias’ dá margem a ressalvas sérias de natureza moral e canônica’, escreveu Storero. Na época da divulgação da carta, a emissora irlandesa afirmou ter recebido o documento de um bispo. O Vaticano alegou que o documento dizia respeito a uma abordagem específica e já ultrapassada da Congregação para o Clero.
‘A (política de) ‘denúncias obrigatórias’ dá margem a ressalvas sérias de natureza moral e canônica’, escreveu Storero. Na época da divulgação da carta, a emissora irlandesa afirmou ter recebido o documento de um bispo. O Vaticano alegou que o documento dizia respeito a uma abordagem específica e já ultrapassada da Congregação para o Clero.
Opera Mundi