As organizações Globo já estiveram na mira do hoje apresentador global, que à época se disse humilhado pela emissora
Aconteceu em 1987 o que hoje nem os mais otimistas poderiam considerar. Ao vivo, Jô Soares desabafa contra a Rede Globo em cadeia nacional.
Após receber das mãos de Sílvio Santos o troféu imprensa de melhor humorista, Jô pede licença para ler um artigo de sua autoria publicado no Jornal do Brasil. O conteúdo da mensagem trata de práticas habituais da emissora dos Marinho que sobrevivem até os dias atuais. Isto é, pisotear quem não mais lhe serve; censurar tudo o que representa interesses contrários; abusar da influência para engendrar perseguições e manipular o imaginário popular.
Nada de novo no que concerne à crítica, embora o registro seja particularmente marcante por dois fatores. O primeiro diz respeito a como a emissora atravessou incólume todos os contratempos cabeludos que enfrentou no decorrer das décadas, sempre amparada fortemente por uma sucessão de governos e pelo lobby empresarial. Segundo, se de um lado a Globo manteve-se coerente em suas improbidades e atitudes reprováveis, Jô Soares hoje continua a se alimentar no prato que cuspiu e não faz a menor questão de destilar arrogância toda vez que surge a oportunidade.
Como diria o poeta, o que se fala o vento leva; o que se escreve, fica. Só que aqui além do áudio e da escrita, a imagem também resiste. Desse modo, Jô não poderá usar a prerrogativa adotada pelo seu ex-presidente predileto: “esqueçam tudo o que escrevi“.
Assista ao vídeo abaixo.
*Luis Soares é escritor, colunista e editor de Pragmatismo Político
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook