Luis Soares
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Política 10/Ago/2011 às 17:40 COMENTÁRIOS
Política

Padres organizados contra visita milionária do Papa

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 10 Ago, 2011 às 17h40
60 milhões de euros para receber Ratzinger em momento de crise e desemprego? Nem os padres são tão insensatos.
Bento XVI custa caro
Mais de 100 padres de paróquias pobres de Madri se juntaram ao
crescente protesto contra o custo da visita do papa Bento XVI à cidade
na próxima semana.
Um fórum de sacerdotes estima que a passagem do religioso pela
capital espanhola deva gerar gastos de cerca de 60 milhões de euros, sem
incluir despesas com segurança. Segundo eles, o valor não é tolerável
em um momento de cortes bilionários no setor público e de índices de
desemprego  a 20%.
A visita de Bento XVI faz parte do Dia Mundial da Juventude, apoiado
por mais de 100 empresas, incluindo a Coca-Cola, Telefônica e Santander.
Porém, por meio de redes sociais, mais de 140 grupos já se posicionaram
contra o evento e planejam protestos.
O maior alvo das queixas é a gratuidade do transporte público para os
cerca de 500 mil peregrinos esperados para o evento, poucos dias após o
metrô aumentar o preço das passagens em 50% e anunciar o corte de cerca
de 40 milhões de euros do orçamento da educação.
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Tática agressiva
Segundo uma recente pesquisa do Escritório Nacional de Estatísticas
da Espanha, o número de fieis entre 18 e 24 anos no país caiu 56% nos
últimos dez anos. Motivo pelo qual o diretor executivo do evento, Yago
de la Cierva, justificou, ao jornal britânico The Guardian, o
investimento no Dia Mundial da Juventude. “Os jovens gostam de grandes
eventos e a igreja usa todas as ferramentas existentes para apresentar a
mensagem de Jesus Cristo”.
Em novembro do ano passado, uma visita de Bento XVI a Barcelona
também gerou polêmica. O custo estimado foi de meio milhão de euros,
além dos valores com segurança, transporte e acomodação do papa e de
outras mil autoridades que o acompanham, pagos pelo governo da
Catalunha.
Na cidade, houve protestos contra o posicionamento da igreja Católica
em relação à homossexualidade e à proibição do uso da camisinha como
medida de prevenção à gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.

Com CartaCapital

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