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Há exatos 67 anos, as primeiras experiências médicas de castração de gays

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Milhares morreram nas mãos de médicos em experiências destinadas a localizar o “gene gay” de forma a encontrar “cura” para as futuras crianças arianas homossexuais

Em 1º de outubro de 1944, a primeira de duas séries de experiências médicas envolvendo castração são levadas a cabo em homossexuais no campo de concentração de Buchenwald, perto da cidade de Weimar, Alemanha. Buchenwald foi um dos primeiros campos de concentração instalados pelo regime nazista. Construído em 1937, foi um complemento aos campos do norte, Sachsenhausen, e sul, Dachau, e foi erguido para nele se utilizar o trabalho escravo nas fábricas de munição locais, 24 horas por dia em turnos de 12 horas.

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Embora tecnicamente não fosse um campo de extermínio, pois lá não havia câmaras de gás, não obstante eram comuns centenas de prisioneiros morrerem por desnutrição, doenças, maus tratos e execuções. Na verdade era uma câmara de horrores, onde experiências médicas dos tipos mais cruéis eram realizadas com prisioneiros contra sua vontade. As vítimas eram amiúde e intencionalmente injetadas com diversas infecções a fim de se testar vacinas. 

A eutanásia era também praticada regularmente contra prisioneiros judeus, homossexuais, ciganos e doentes mentais. Durante o holocausto, a perseguição aos homossexuais continuou. Muitos foram enviados para campos de concentração, obrigados a portar o triângulo rosa como identificação. As estimativas sobre o número de homossexuais mortos nos campos varia muito, entre 5 e 15 mil. Os números mais elevados incluem gays que eram judeus e/ou comunistas. Hitler acreditava que a homossexualidade era um comportamento degenerativo que ameaçava a capacidade do Estado e o caráter masculino da nação.

Os gays eram denunciados como “inimigos do Estado” e acusados de “corromper” a moral pública e ameaçar o crescimento populacional alemão. Líderes nazis, como Himmler, consideravam também que os homossexuais eram uma raça à parte e promoveram experiências médicas em que tentavam encontrar alguma deficiência hereditária que julgavam ser a causa da homossexualidade. 

Muitos morreram nas mãos de médicos em experiências destinadas a localizar o “gene gay” de forma a encontrar “cura” para as futuras crianças arianas homossexuais. Enquanto muitos defendiam que os homossexuais deviam ser exterminados, outros pretendiam que a legislação banisse sexo entre homens ou entre mulheres.

Os tratamentos aos gays nos campos de concentração eram excessivamente cruéis. Além de serem agredidos por guardas, eram perseguidos muitas vezes também por outros prisioneiros. Sob a política do Arbeit macht frei (O trabalho faz a liberdade) nos campos de trabalhos forçados, recebiam regularmente os trabalhos mais pesados ou perigosos. Os soldados da SS utilizavam muitas vezes o triângulo rosa como alvo para prática de tiro. Esse tratamento cruel pode ser atribuído tanto às opiniões dos guardas da SS como às atitudes homofóbicas generalizadas na sociedade alemã da época.  

A marginalização dos gays na Alemanha refletia-se nos campos de concentração. Muitos foram espancados até a morte por outros prisioneiros. Seu sofrimento não terminou com o fim da guerra, uma vez que as leis anti-homossexuais dos nazis não foram revogadas, como aconteceu com as leis anti-semitas. Alguns homossexuais foram obrigados a completar a pena a que estavam condenados pelo Governo Militar Aliado do pós-guerra na Alemanha.
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Outros fatos marcantes da data:  
1791 – Primeira sessão da Assembleia Nacional francesa
1814 – Abertura do Congresso de Viena
1949 – É fundada a República Popular da China
1960 – Dia da Independência para Chipre e Nigéria
1987 – Dinamarca torna-se o primeiro país a legalizar a união civil para pessoas do mesmo sexo
Outros, ao regressar a casa e aos seus países de origem tiveram que manter o silêncio sobre o seu sofrimento, por medo de discriminação, pois as chamadas leis sobre a sodomia só seriam extintas na Europa Ocidental nos anos 1960 e 1970.

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Opera Mundi