Lula saiu da Presidência; não do imaginário popular |
Penso que até as sondas espaciais, os laboratórios distantíssimos em órbita, que rondam além do nosso sistema planetário, já transmitem para os ETs que no Brasil há um cara que, ao ser presenteado com um câncer, virou mais notícia que todos os astros do esporte, da televisão e do cinema.
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Como isso é possível? Como é que Lula, fora da presidência, quando, e guardo a esperança de que os verbos dos seus adversários, inimigos, estejam nesta gradação: quando o queriam e desejavam e apostavam que ele estivesse desaparecido, se possível morto, pois para Deus nada é impossível, como pode o ameno barbudo voltar com tal onipresença, da terra à lua? Eis que na pesquisa na web, entre os comentários mais entusiasmados e criadores, descobri a razão. Escolho para vocês estas pérolas, das quais limpo o português mais sujo:
“Nada de novo, pessoal. Trabalho com marketing há mil anos e sei o que houve. O que fazer quando a sua imagem está a ponto de detonar (quase dez ministros detonados), com o processo do mensalão em andamento, inflação crescente, o diabo, o que é que se faz? Cria-se um fato novo! O povo precisa ter pena do cara, não é mesmo? Que câncer, que nada! Isso é pura armação de um bandido mentiroso e que não tem saída. Só um câncer arranjado. Matei? O cara é muito malandro, ele não está nada com câncer, é pura jogada dos marqueteiros da petralha. Matei?”
Ao que outro mais culto, com as luzes e o método arguto do que o bravo imagina ser a ciência política, desvendou melhor as patas do caranguejo:
“A divulgação manipulada do estado de saúde prevalece igual ao do líder venezuelano Hugo Chávez. O conhecimento público do seu câncer o favorece na reeleição do ano que vem, entendem? É mais um mistério que ainda envolve a gravidade da doença, talvez porque sua veiculação dispararia a sucessão de um líder egocêntrico demais para deixar herdeiros. Mataram a charada?”
E finalmente, esta pepita de ouro que ilustra o sucesso internacional do câncer de Lula no mundo e na história:
A essas linhas bárbaras, que festejavam a morte geral na esquerda, reagiu rápido uma leitora espirituosa, como se fosse a voz da consciência entre caranguejos, animais e fúria:
“Tudo agonizando, não é? E o Capitalismo também…. Ahahahahaha”
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