Diga-se antes de qualquer coisa, a bem da verdade, que dela não participou qualquer órgão governamental nem empresa pública de espécie alguma. Como se define a realizadora do trabalho, “a Box 1824 é uma empresa de pesquisa global focada no mapeamento de tendências”. Patrocinaram o minucioso e abrangente estudo um dos maiores bancos privados nacionais e uma das maiores empresas multinacionais de refrigerantes. O apoio foi dado pela maior rede de televisão do Brasil.
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A pesquisa saiu em campo para ouvir e procurar entender quem é esse povo 1824 que anda por aí; essa gente que compõe “a atual geração 18-24 anos (faixa etária mais influente na criação e disseminação de novas ideias)”; esses 26 milhões de brasileiros das classes A, B, C, D e E.
E dá para adiantar que 89% dos jovens têm orgulho de ser brasileiro (11% têm vergonha), 76% acreditam que o Brasil está mudando para melhor (9%, para pior) e 87% acham que o Brasil é importante no mundo hoje (3%: pouco importante; 1%: nada importante).
Melhor: eles, esses jovens conectados, ligados ao mundo, estão promovendo uma fantástica mudança no país através do que chamam de minirrevoluções, a revolução dentro do possível, do que lhes está ao alcance das mãos – a começar pelo comportamento ético nas atitudes cotidianas e pelo envolvimento em projetos coletivos de melhorias comunitárias.
Gente de altíssimo nível de participação e de aguda consciência sobre o que quer para si, para os outros e para o Brasil.
A publicação da pesquisa tem outra virtude: as belas fotos que a ilustram, reais, são de gente como gente é, sem maquiagem, holofote, roupa de marca nem photoshop, captadas nos cenários onde a vida se desenrola; são imagens nítidas da nossa gente brasileira.
Conhecemos de fato o Brasil? Sabemos o que pensam e fazem esses jovens ou só nos movemos por preconceitos e pseudoverdades estratificadas? Imaginaremos talvez que – felizmente! – todos os discursos sobre religião, família, política e dinheiro estão sendo pacífica e inexoravelmente reescritos?
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