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Ser a 6ª economia do mundo só faria sentido num Brasil de FHC

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Qualquer mérito alcançado pelo governo é no mínimo olvidado pela imprensa. Apenas porque não aceitam Dilma, como não aceitavam o governo Lula

Brasil Reino Unido

André Falcão(*), colaborador de Pragmatismo Político

Ainda nas primeiras horas de ontem, 26, soube do extraordinário fato. O meu país, cujas desigualdades sociais vêm se reduzindo “como nunca antes”, cujo crescimento se mantém a despeito das maiores crises econômicas mundiais desde 1929, que reduziu a miséria a níveis “nunca antes vistos” (e que pretende exterminá-la), que inseriu milhões de pobres na classe média, que elegeu presidente, por duas vezes, um ex-operário que não gosta de ler (mas que sabe ler a alma e as necessidades de seu povo, como poucos), e que fez uma mulher o seu sucessor (ambos maciçamente aprovados pelo eleitorado), que vem apresentando, nos últimos 09 anos, os melhores índices econômicos e sociais da nossa história, e que resgatou a auto-estima da imensa maioria do povo brasileiro havia ultrapassado o Reino Unido e se tornado a 6ª maior economia mundial.

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Mas descobri que isto pouco importava, graças ao jornal de fim de noite de maior audiência da TV brasileira, que tudo fez para desmerecer a conquista. O Brasil continuava com um PIB “per capita” muito inferior ao do Reino Unido (nossas desigualdades e mazelas são assaz superiores) e o fenômeno se deveu mais à queda daquele do que à ascensão deste, inclusive, afirmou, como assim assinalado por todos os jornais britânicos. Toda a matéria fora preparada para desconstruir o valor da conquista brasileira. Não havia do que orgulhar-se.

Nauseado, fui aos jornais britânicos. Nem precisei traduzir o que li. Aqui mesmo, a própria GAZETA DE ALAGOAS/FolhaPress de hoje, reportando-se exatamente aos jornais de lá, informava que “esta mudança de posições entre Brasil e Reino Unido faz parte de uma tendência mundial. ‘(…) estamos vendo que países que promovem commodities vitais — comida e energia, por exemplo — (…) estão gradualmente subindo na ‘tabela do campeonato econômico’”. E arrematou: “(…) o Brasil, cuja imagem está mais frequentemente associada ao ‘futebol e às favelas sujas e pobres’ está se tornando rapidamente uma das locomotivas da economia global’”. Quer dizer: sempre haverá razões que explicam conquistas. Explicam, não desmerecem. Nem os jornais britânicos desmereceram a nossa.

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A verdade é que o jornalão esteve escancaradamente imbuído, com sua reportagem, em desconstruir o mérito do país nessa conquista. Aliás, qualquer mérito é no mínimo olvidado por ele(s). Apenas porque não apóia o governo Dilma, como não apoiava o governo Lula. Esquecido de que TV é uma concessão. E isto não é exercício de liberdade de expressão.

*André Falcão é advogado, escritor e editor do Blog do André Falcão. Escreve coluna quinzenal em Pragmatismo Político.

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