A reportagem do JN demonstra amadorismo e falta de responsabilidade da emissora em se basear em “achismos” na formação da opinião pública
O primeiro capítulo da reportagem mostrou sob a ótica de uma única cidadã, que diga-se de passagem morava nos Estados Unidos (aquele do embargo econômico) as condições de vida na ilha. Primeira questão: como uma reportagem que se propõe séria julga o todo pela experiência de UM cidadão?
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De acordo com o Relatório do Índice de Desenvolvimento Humano 2011, da Organização das Nações Unidas (baixe aqui!) A expectativa de vida na ilha é de 79 anos, relativamente alta para quem não tem assistência médica, certo? O IDH do país ocupa o 51 lugar, que de acordo com a ONU é considerado elevado, o Brasil amarga em 84. Sobre a questão de igualdade entre os gêneros, Cuba é tida como a sociedade mais igualitária da América Latina em termos de gênero. A média de filhos está em menos de dois por mulher, com 100% dos partos assistidos, e o acesso aos métodos contraceptivos é considerado fácil!
A desnutrição infantil está na casa dos 4% e a taxa de mortalidade infantil é de 6 para cada 1000 crianças nascidas vivas, na Noruega, primeiro IDH do planeta, essa proporção é de 3/1000 e nos EUA de 8/1000. Estudos sobre educação indicam que na ilha existe uma proporção de um mestre para cada 42 habitantes, o que sugere que a população, por mais pobre que seja, tem acesso à educação. De acordo com o relatório, a população com Ensino Médio chega a quase 80%.
As imagens da série de reportagem nos fazem imaginar um país fantasma, sem vida, com um governo altamente repressor. A proposta aqui não é indicar a ilha como o paraíso perdido, mas relativizar e questionar o jornalismo feito pela Globo. Olhares atentos verão que as coisas não são tanto como a Rede Globo pinta. No segundo episódio da série vimos casas bem cuidadas e pessoas elegantes dando entrevista. O que a série não destaca é que o problema do aspecto fantasmagórico da ilha está muito mais relacionado ao embargo econômico liderado pelos EUA do que no regime comunista. Pelo contrário, afirmam que a economia do país está destruída e sugerem que a culpa é do modelo social. E mais, que Raul Castro está abrindo a economia cubana dando a esperança do povo viver o sonho capitalista! Oi? Esse tipo de reportagem demonstra amadorismo e falta de responsabilidade da emissora em se basear em “achismos” na formação da opinião pública!
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