Leis severas contra aborto acarretam gravíssimos problemas, aponta estudo
Relatório indica que a base da legislação que permite abortos deve ser ampliada, para reduzir a necessidade das mulheres de recorrer a abortos clandestinos
Em 2008, uma média de 28 mulheres em cada mil fizeram aborto – uma queda em relação a 1995, quando essa taxa era de 35 mulheres.
Mas o número de gestações interrompidas com práticas que apresentam riscos às mulheres cresceu entre os dois períodos analisados, de 44% em 1995 para 49% em 2008.
“Abortos feitos de acordo com as recomendações médicas têm um baixo risco de complicações. No entanto, os que são realizados sem essa preocupação provocam altas taxas de mortalidade materna em todo o mundo“, destaca a pesquisa.
O estudo chama atenção especialmente para regiões onde os abortos são realizados apresentando mais perigos para a mulher.
Na África, essa taxa chega a 97% do total de abortos. O continente é seguido pela América Latina (95%), Ásia (40%), Oceania (15%), Europa (9%) e América do Norte (menos que 0,5%).
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América Latina
Entre as recomendações relativas à América Latina feitas pelo Instituto Guttmacher, que é parceiro Organização Mundial da Saúde, estão um maior investimento em programas de conscientização sobre métodos contraceptivos.
“Também é necessário aprimorar e expandir o tratamento no pós-aborto para reduzir os altos índices de mortalidade que resultam de abortos feitos de maneira insegura“, diz o documento.
O estudo também sugere um maior acesso a sistemas de planejamento familiar nas regiões mais remotas.
“A base da legislação que permite abortos deve ser ampliada, para reduzir a necessidade das mulheres de recorrer a abortos clandestinos“, diz o relatório.
BBC