A verdade nua e crua sobre as Eleições 2012: vícios e viciados
É de fundamental importância que os bons políticos, ou pelo menos os menos ruins, sejam prestigiados e inseridos na definitiva empreitada, e até missão (não tão utópica assim), de implementação de novos valores e conceitos na esfera político-partidária
Luis Soares, Pragmatismo Politico
Começou mais um ano eleitoral, oportunidade em que se observará as mesmices de sempre. Cada facção política se empenhará na autoexaltação e na descaracterização das adversárias. O jogo de mentiras será o habitual, enganando a grande maioria dos eleitores que, dedicados à sobrevivência, não dispõem de tempo para pensar mais a fundo o quadro político que os envolve. E os profissionais da área não têm outra saída a não ser desprezar a verdade em nome de uma objetividade que choca os mais esclarecidos e sensatos, mas que é utilizada por todos, sejam bem intencionados ou não.
É lamentável se ver até cientistas políticos e estudiosos dos problemas sociais embarcarem nos mesmos vícios analíticos dos que enxergam o contexto político de forma fragmentada e superficialmente. Parece que temem enfrentar a crueza das coisas e vão enganando a si mesmos, tapando o sol com a peneira. E não tem peneira que encubra a evidência de que se não existissem entraves não haveria necessidade de políticos, que deveriam ser verdadeiros juízes sociais, não fabricando leis injustas e impraticáveis, porém fomentando ações práticas direcionadas à distribuição equitativa da renda e riqueza nacionais.
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Então, encurralados num labirinto cruel e carcomido, que se solidificou devido a não ter sido destruído no tempo certo, os homens públicos se aproveitam da dualidade, dos muitos ângulos que estimulam as dicotomias às raias do exagero, tornando-as relativismos e subjetivismos intermináveis e indestrutíveis quando, na realidade, só paira uma única e taxativa verdade: num país cheio de desigualdades sociais, como ainda é o Brasil, nenhum governo, notadamente no regime democrático (que procura conciliar os interesses de “grandes e pequenos”), consegue ser muito competente, por mais esforço que faça, pois quanto maiores forem as defasagens entre as classes, mais difícil fica acabá-las. Os indivíduos e as corporações não admitem frear, nem que seja um pouco, o ritmo do seu crescimento em pról dos menos aquinhoados.
Toda e qualquer gestão faz e deixa de fazer, permitindo que os furos sempre apareçam como mote de campanha dos adversários. É este fosso intransponível entre a verdade e a mentira, o real e a fantasia que termina nivelando os bons e os maus na taxação de que “todo político calça 40”. O importante é que os bons, ou pelo menos os menos ruins, sejam prestigiados e inseridos na definitiva empreitada, e até missão (não tão utópica assim), de implementação de novos valores e conceitos na esfera político-partidária.