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Sarna, piolho e fome: Famílias removidas do Pinheirinho estão abrigadas em condições subumanas

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Pressa para remover, não para cuidar. O único sofrimento que rapidamente foi minorado foi o dos donos do terreno, que não tiveram de esperar o tempo necessário para uma solução pacífica da questão

Situação Caótica

Tem animal misturado com criança. Cachorro com sarna, criança com piolho, tudo no mesmo ambiente. Além disso, só as crianças têm lanche: um toddynho quente e bolacha. Os idosos, nem isso. Há um trauma visível naquelas pessoas. Famílias sem seus pertences, gente que muitas vezes perdeu seu emprego informal. E ninguém está tendo atendimento psicológico ou médico.

A cena que a promotora Ivana Farina, do Conselho Nacional dos Direitos Humanos,viu no alojamento onde estão milhares de seres humanos retirados do Pinheirinho não desperta ações imediatas do poder público em São Paulo, do prefeito e do Governador a quem compete tomar providências. E nem de perto tomam, com a urgência e o aparato que mobilizaram para desocupar a área.

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Será isso que o presidente do PSDB, Alberto Goldman, chama de “politização do episódio”?

Há uma semana, este senhor disse, em nota oficial, que “O governo de São Paulo agiu em cumprimento de determinação do Judiciário, e a operação foi comandada diretamente pela Presidência do Tribunal de Justiça paulista. Enquanto o governo federal só agride, o governo paulista e a prefeitura do município providenciam a ajuda necessária para minorar o sofrimento das famílias desalojadas.

O único sofrimento que rapidamente foi minorado foi o dos donos do terreno, que não tiveram de esperar o tempo necessário para uma solução pacífica da questão.

E que não devem ter comemorado a presteza da Justiça e do Executivo paulista – que moveram uma custosa máquina de repressão – tomando toddynho com bolachas, é claro.

Fernando Brito, em Tijolaço

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