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Vale tudo: Justiça inocenta Gustavo Ribeiro, o invasor da Revista Veja

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O Brasil é, de fato, um país bem curioso. Quando os sem-terra tentam ocupar uma área ociosa ou grilada, a polícia reprime com violência e a mídia sataniza os “invasores”. A Veja é sempre uma das mais raivosas.

Gustavo Ribeiro (VEJA) comprova a seletividade da justiça brasileira

Numa decisão que não chega a surpreender, o 3° Juizado Especial Criminal de Brasília arquivou o processo contra o repórter da revista Veja, Gustavo Ribeiro, que tentou invadir o quarto do hotel em que o ex-ministro José Dirceu se hospedava na cidade. O ato criminoso resultou numa reportagem de capa virulenta contra o rotulado “poderoso chefão”, em agosto do ano passado.

Na sentença, o juiz declara que, como a camareira impediu a entrada do repórter Gustavo Ribeiro no apartamento, não houve a invasão. “Ante a atuação diligente da funcionária do hotel, a violação do bem jurídico em questão tornou-se impraticável”, alega. A defesa de José Dirceu discorda da sentença. “Houve a tentativa, e a lei prevê expressamente que é uma conduta punível”.

Os métodos murdochianos

O Brasil é, de fato, um país bem curioso. Quando os sem-terra tentam ocupar uma área ociosa ou grilada, a polícia reprime com violência e a mídia sataniza os “invasores”. A Veja é sempre uma das mais raivosas. Já quando um repórter desta mesma revista, usando métodos murdochianos, tenta invadir um apartamento e desrespeita a privacidade, a “Justiça” inocenta os criminosos.

Se fosse na Inglaterra, depois dos escândalos dos grampos ilegais e do suborno de autoridades que desmascaram Rupert Murdoch, o mafioso da mídia, talvez não só o repórter-espião Gustavo Ribeiro seria condenado. O próprio Robert Civita, dono do império da Editora Abril, também seria investigado por estas e inúmeras outras ações mafiosas.

Altamiro Borges