Luis Soares
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Direitos Humanos 09/Mar/2012 às 15:27 COMENTÁRIOS
Direitos Humanos

Atrocidades cometidas no Pinheirinho e na Cracolândia vão parar na ONU

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 09 Mar, 2012 às 15h27

Relatório da Conectas, organização que desde 2006 tem status consultivo na ONU, cita ações na Cracolândia e em Pinheirinho para mostrar que Brasil ainda é gigante de “pés-de-barro”. Denúncia será apresentada hoje em Genebra

abusos cracolândia pinheirinho PM paulistaA organização não-governamental Conectas apresentará nesta sexta-feira (09/03) uma denúncia à ONU (Organização das Nações Unidas) sobre situações de violação de direitos humanos no Brasil. A entidade fará uma “sustentação oral” na 19ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça, para mostrar que, apesar de despontar como potência emergente, o Brasil ainda tem “pés-de-barro” no que diz respeito à garantia dos direitos universais.

Segundo a Conectas, organização que desde 2006 tem status consultivo na ONU, a sexta maior economia do mundo ainda convive com “práticas medievais”, como “tortura e superlotação em seu sistema carcerário, criminalização da pobreza e desrespeito aos povos indígenas”.

“São más notícias, mas elas são verdadeiras e precisam ser dadas para o mundo, com rigor e espírito construtivo”, disse Juana Kweitel, Diretora de Programas da Conectas. “O Brasil da Copa e das Olimpíadas é o mesmo onde um quinto da população carcerária está presa de forma ilegal, onde há tortura, maus tratos e superlotação nas cadeias, onde a pobreza é criminalizada e os projetos de desenvolvimento atropelam povos indígenas.”

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A denúncia cita casos recentes de abuso do uso da força policial, como a desocupação da comunidade de Pinheirinho, no interior de São Paulo, e a ação para acabar com o consumo de drogas na região conhecida como “Crackolândia”, no centro da capital paulista. No caso de Pinheirinho, essa será a segunda denúncia apresentada à ONU. A primeira foi feita pela urbanista Raquel Rolnik, relatora das Nações Unidas para o Direito à Habitação.

De acordo com a Conectas, a argumentação apresentada ao Conselho de Direitos Humanos será dividida em três eixos:

O primeiro trata da política criminal, focada no aprisionamento massivo de pessoas, que leva o país a ter uma população carcerária de 500 mil pessoas. Os presos, mantidos muitas vezes em condições sub-humanas, tem de lidar com superlotação, tortura e maus tratos sistemáticos. A Conectas cobra que o Brasil cumpra o compromisso assumido na assinatura do Protocolo Facultativo da Convenção contra a Tortura da ONU, e permita o o monitoramento independente de locais onde possa ocorrer tortura, e exige também a a publicidade de relatório contendo recomendações da ONU ao Brasil nesse tema.

A ONG também ataca o que chama de “criminalização da pobreza em grandes centros urbanos”, citando os casos de violência policial, como Cracolândia e Pinheirinho.

William Maia, Opera Mundi

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