Investigação revelou que os padre Richard Armando Piffano e Rafael Riatiga e [na foto ao lado respectivamente à esquerda e à direita] haviam pago pela própria morte o equivalente a 15 milhões de pesos (8.500 dólares)
A morte dos dois padres, muito queridos pelas comunidades do bairro Kennedy e do município de Soacha, foi uma notícia que impactou todo o país. Para a Igreja Católica tratava-se de “um enigma, uma dor muito grande”.
Mas um ano depois, o país ficou ainda mais chocado quando a promotora do caso, Ana Patricia Larrota, expôs o resultado de sua investigação: “os padres Rafael Riatiga e Richard Armando Pifano [na foto ao lado respectivamente à esquerda e à direita] haviam pago pela própria morte o equivalente a 15 milhões de pesos (8.500 dólares)”.
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A surpresa aumentou quando a promotora explicou que o padre Rafael sofria de AIDS e sífilis e que o dono de um bar gay da região de Chapinero, em Bogotá, o havia reconhecido como um cliente habitual.
Depois, Patricia Larrota passou a reconstruir os detalhes dos últimos dias dos dois padres, revelados através de interceptações e inquéritos feitos com varias pessoas vinculadas ou próximas dos religiosos.
Na semana anterior à morte, eles aparentemente dirigiram até o Cañón de Chicamocha para se suicidarem: “sem dúvida, não puderam fazê-lo por conta das cercas de proteção”, afirmou a promotora.
Segundo a promotoria, ao voltarem para Bogotá, se aproximaram de um grupo de jovens pertencentes a uma gangue: “no dia de 26 de janeiro (dia do assassinato) os padres se comunicaram em várias oportunidades com os pistoleiros e engendraram todo o plano. A hora e o lugar do encontro fatal”.
Nos últimos dias de vida, o padre Rafael se disse doente e em várias ocasiões pediu aos fiéis que rezassem muito por ele.
Sustentando a tese da promotoria, um dos três pistoleiros revelou que os religiosos “mostraram seus desejos de morrer” diversas vezes. Os três assassinos foram capturados graças à recuperação dos números discados pelos dois sacerdotes.
Como última prova, as duas secretárias dos abades contaram que eles pediram substitutos para o dia do homicídio, porque não poderiam conduzir a missa. Nos dias anteriores, Reátiga passou todas as suas propriedades para o nome de sua mãe e Piffano sacou seis milhões de pesos, todas as suas economias, e doou-as para a Associação de Padres de Família do Colégio San Juan de La Cruz de Kennedy.
A investigação não pôde comprovar se os dois foram amantes e dedicou-se somente a descobrir um suposto pacto de sangue, sobre o qual não existem mais detalhes. Mas a promotoria conseguiu o testemunho de Fabio Jaramillo, que foi objeto de perseguição sexual por parte do padre Rafael Reátiga em anos anteriores.
Opera Mundi