Ainda muito abalado, o adolescente agredido disse que passou a sofrer bullying depois que assumiu sua orientação sexual abertamente na Onofre Pires, onde começou a estudar este ano. As provocações verbais culminaram com as agressões físicas
Um estudante homossexual de 15 anos do Colégio Estadual Onofre Pires, em Santo Ângelo (RS), está há uma semana sem ir às aulas após ser agredido por um colega de turma. O caso foi registrado como lesão corporal na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) da cidade gaúcha, na última terça-feira (13). De acordo com a Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul (SERS), o aluno agressor está suspenso pela direção da escola. O adolescente agredido será transferido para a rede particular de ensino. Ambos são alunos do 1º ano do ensino médio.
Ainda muito abalado, o adolescente agredido disse que passou a sofrer bullying depois que assumiu sua orientação sexual abertamente na Onofre Pires, onde começou a estudar este ano. As provocações verbais culminaram com as agressões físicas na última semana, que o levaram a pensar em suicídio.
– Ele me deu uma rasteira e me derrubou no chão, começou a me chutar e a me dar socos. Peguei um lápis para me defender, pois ele ameaçou me dar uma facada. Se a diretora da escola não tivesse chegado para me socorrer, talvez isso tivesse acontecido. Tive ferimentos na perna esquerda e nos lábios. A orelha esquerda ficou um pouco deslocada e roxa. Naquela noite, fiquei muito mal e queria me matar. Tentei até cortar meus pulsos. Um dia depois, fui ameaçado de morte por outro colega na rua. Estou com muito medo – relata o estudante.
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Segundo Alejandro Jelvez, coordenador estadual dos comitês de prevenção de violência nas escolas da SERS, a reunião de hoje tem como objetivo examinar o boletim de ocorrência e definir os procedimentos a serem tomados.
– A escola já chamou o agressor e sua família informando de sua suspensão. Ele está sendo encaminhado a atividades didáticas e pedagógicas para que faça uma reflexão sobre a agressão que cometeu. Também procuramos preservar a exposição desse adolescente agressor para ações que pudessem acontecer por conta do impacto que isso provocou na cidade. Poderia haver algum tipo de tumulto na escola em repúdio à ação dele – diz Jelvez.