Além do salário mensal de R$26,7 mil, cada senador da República recebe mensalmente R$15 mil em verba indenizatória para despesas em seus estados de origem, combustíveis e divulgação do mandato, entre outras finalidades
Gabriela Guerreiro, Limpinho e Cheiroso
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou na terça-feira, dia 27, o projeto que acaba com o pagamento dos 14º e 15º salários a deputados e senadores. O texto ainda precisa passar pelo plenário do Senado e depois, pela Câmara, para que o benefício seja extinto em definitivo.
O projeto foi aprovado por unanimidade entre os presentes na comissão, mas o senador Cyro Miranda (PSDB/GO) protestou contra o que chama de “baixo salário” pago aos congressistas – que ganham mensalmente R$26,7 mil.
“Eu não vivo do salário de senador, mas tenho pena daquele que é obrigado a viver com R$19 mil líquido com a estrutura que temos aqui. Sou favorável ao projeto, mas que a gente pense diferente quando se propuser remuneração [aos parlamentares]”, afirmou.
Leia mais
- Secretária esnoba pobres e afirma: “Morar em São Paulo é pra quem pode”
- Reportagem bomba exibida no Fantástico explode (sem querer) contra José Serra
O senador Ivo Cassol (PP/RO), que na semana passada suspendeu a votação do projeto ao afirmar que o “político no Brasil é muito mal remunerado”, não estava presente na votação de hoje, mas encaminhou voto por escrito à comissão declarando-se favorável ao projeto. No voto, o senador pediu que seja suprimida do projeto a expressão 14º e 15º salários por não “caracterizar corretamente a natureza jurídica da parcela em questão”.
Os 14º e 15º salários são considerados uma ajuda de custo aos congressistas, uma vez que os valores são pagos todo início e fim de ano. Na época em que o benefício foi criado, na década de 1940, tinha como justificativa servir como ajuda para os parlamentares retornarem a seus estados de origem anualmente. O projeto aprovado agora prevê o pagamento dos salários extras no início e no final do mandato de cada parlamentar, como ajuda para se deslocar em mudança para Brasília.
“O procedimento naquela época se justificava porque os parlamentares se mudavam para o Rio com suas famílias e passavam todo o ano no Rio. Hoje, sabemos que a coisa não acontece dessa forma, voltamos todas as semanas para os estados. O projeto modifica a ajuda de custo, que passa a vigorar no início e no final do mandato, e não no final de casa sessão legislativa”, disse o senador Lindbergh Farias (PT/RJ), relator do projeto.
Além do salário mensal de R$26,7 mil, cada senador recebe mensalmente R$15 mil em verba indenizatória para despesas em seus estados de origem, combustíveis e divulgação do mandato, entre outras finalidades. Também recebem cota de passagens aéreas para deslocamentos aos estados e as despesas com telefone e Correios pagas pelo Senado.
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook.