Por quase uma semana, Pentágono preservou nome do suposto responsável pelo homicídio de 16 civis. Robert Bales, de 38 anos, nasceu no estado de Ohio. A maioria das suas vítimas foram mulheres e crianças
O soldado norte-americano acusado pelo massacre de civis no último domingo no Afeganistão foi identificado nesta sexta-feira (16/03). Robert Bales, de 38 anos, nasceu no estado de Ohio, Estados Unidos, e deve chegar hoje a uma base militar no Kansas. No final de semana passado, ele saiu de sua base militar no Afeganistão e protagonizou o assassinato de 16 civis, com mulheres e crianças envolvidas.
O Pentágono teria preservado sua identidade até agora pela segurança da família do militar. Segundo o jornal The New York Times, um oficial disse nesta sexta que Bales havia sido transferido do Kwait para Fort Leavenworth, Kansas.
Robert Bales ainda não foi formalmente acusado e deixou o Afeganistão após a ocorrência do massacre em prisão preventiva para garantir sua integridade. O comando da missão da OTAN (Organização Tratado do Atlântico Norte) confirmou na quarta-feira (14/03) a retirada do acusado, que havia sido transferido para o Kwait.
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Em entrevista à rede CNN, o advogado de Bales afirmou que o seu cliente é um militar “exemplar” que foi ferido no Iraque, sofreu traumatismo craniano, e mesmo assim voltou a ser enviado para combate. Segundo informou a Agência Efe, John Henry Browne, advogado, disse não entender o motivo de o soldado ter sido enviado ao Afeganistão. De acordo com Browne, seu cliente não desejava voltar a enfrentar guerras.
A esposa e os dois filhos de Robert Bales foram transferidos para uma base militar em Washington, por motivos de segurança.
Enquanto isso, as relações entre EUA e Afeganistão ficam cada vez mais estremecidas. O presidente afegão Hamid Karzai, nesta sexta-feira, disse já estar cansado da postura dos norte-americanos após o massacre. Segundo Karzai, que já pediu que as tropas da OTAN se retirem dos vilarejos, os EUA não estão cooperando com as investigações.
Conflito
Este é um dos momentos recentes de maior tensão nas relações entre EUA e Afeganistão. Semanas antes do ataque próximo a Kandahar, um grupo de soldados norte-americanos queimou dezenas de exemplares do Alcorão, gerando revoltas em todo o país.
A ONU estima que quase 12 mil civis e cerca de 1.800 soldados norte-americanos já tenham morrido durante a atuação dos EUA no Afeganistão, que já dura mais de dez anos. Os bombardeios no Afeganistão tiveram início menos de um mês depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, tendo como justifcativa o combate ao terrorismo e a eliminação da rede Al Qaeda.
Opera Mundi