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Artista brasileiro entra em greve de fome após ser humilhado e preso na Espanha

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Menelaw Sete ainda produziu 40 telas de crítica à alfândega espanhola durante as 30 horas que permaneceu detido.

Após ser sido detido por 30 horas no Aeroporto de Madri e ser deportado sem qualquer justificativa, o artista plástico Menelaw Sete entrou em greve de fome como forma de protesto contra o tratamento oferecido pela Espanha a imigrantes brasileiros. Entre os últimos dias 17 e 18 de maio, quando permaneceu preso em Madri, produziu ainda 40 desenhos nos quais critica a atuação dos oficiais alfandegários do país.

Manelaw Sete explicou que se sentiu obrigado a aderir à causa “porque os brasileiros estão sendo tratados de forma humilhante na Espanha”

Ao pousar na Bahia, sua terra natal, recorreu imediatamente ao Consulado da Espanha em Salvador e pediu ao cônsul Jacobo González-Arnao Campos que a instância diplomática reunisse os meios de comunicação e fizesse uma retratação pública sobre o caso. Sem resposta, ele manteve sua greve de fome e passou mal na madrugada desta quarta-feira (23/05). Após desmaiar, foi internado logo pela manhã diagnosticado com pressão alta. Segundo a médica que o atendeu, o mal-estar foi certamente causado pelo jejum e por um quadro de ansiedade.

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Ele conversou com a imprensa local e revelou que “estava há 18 horas sem comer, isso após outras 18 horas dentro de avião e 30 horas no aeroporto”. “Foi uma jornada muito dura, e entrei em um desgaste”, explica.

Um dia antes de sua deportação, era o ministro de Relações Exteriores e Cooperação da Espanha, José Manuel García-Margallo, que voava para Madri após visitar o Brasil e se reunir com o chanceler Antonio Patriota. Na ocasião, se comprometia com o Itamaraty a “trabalhar para que essas dificuldades sejam resolvidas de forma imediata”.

Menelaw viajava para Milão, na Itália, onde participaria de uma exposição de suas obras. Em entrevista ao jornal El País, conta que viaja “há 15 anos pela Europa com a mesma documentação” e que “tinha um convite para o evento”. Mais além, revelou que “não conseguiu falar com o Consulado brasileiro” e que, no espaço de detenção, “só havia negros, mexicanos e brasileiros”.

O artista também conversou com o jornal O Globo e explicou que se sentiu obrigado a aderir à causa “porque os brasileiros estão sendo tratados de forma humilhante na Espanha”. “Minha indignação não é tão pessoal, mas sim pela forma que tratam as pessoas”, conclui.

Questionado sobre as condições em que foi mantido, revelou que não teve nem mesmo permissão para tomar banho durante as 30 horas que permaneceu detido. “A comida é horrível e só podemos beber água durante as refeições. Havia homens, mulheres e crianças. Estavam todos desesperados”, conta.

Ele garante que os 40 quadros que pintou durante sua detenção serão apresentados em sua próxima exposição, pois será uma forma de de mostrar como entrar hoje na Península Ibérica tornou-se uma “questão de sorte”.

Opera Mundi