Depois de perder o controle do governo, o respeito da população e força política, o governador Marconi Perillo agora perdeu o juízo. O resultado é agressão a estudantes, com chute nas costas, olho roxo e costela quebrada. Revolta se espalha nas redes sociais
Estudantes de Itumbiara, sudeste de Goiás, estão revoltados, e alguns, machucados. Acusam seguranças do prefeito de Itumbiara, José Gomes da Rocha, e do governador de agredi-los nesta sexta-feira, 1o, em manifestação com gritos de “Fora Marconi” durante inauguração, na cidade, de sede da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
José Gomes estava no palanque com o governador Marconi Perillo (PSDB), que teria apontado para os estudantes que gritavam embaixo do palanque. Um desses estudantes conta que já participou de outras manifestações e que o governador teria apontado diretamente para ele, reconhecendo-o. O dedo apontado, acredita, teria sido a senha para a ação truculenta que se seguiu.
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Fotos e um vídeo mostram lances do acontecido. Neste sábado de manhã os estudantes foram a um hospital público e depois seguiram para a 2a Delegacia de Polícia de Itumbiara, para fazer Boletim de Ocorrência. Foram recebidos pelo delegado Ricardo Chuelli. No hospital, exames constataram olho roxo (resultado de um soco), luxação na costela e machucado de um chute nas costas.
O que o fato revela é que Marconi, depois de perder o controle do governo – não consegue nem trocar secretários, como gostaria –, perder o respeito dos cidadãos – o próprio #ForaMarconi mostra isso –, perder força política – o PSDB nacional acaba de deixa-lo sozinho com as explicações pouco convincente para suas ligações perigosas com o contraventor Carlinhos Cachoeira –, ele agora perdeu o juízo – não foi a primeira reação truculenta contra manifestantes; algo parecido já havia ocorrido nas edições do #ForaMarconi de Goiânia.
Cobrado, pressionado, criticado, em situação nunca antes vivida por ele, os erros de Marconi Perillo vão se multiplicando. As manifestações em Goiânia do #ForaMarconi – quatro em pouco mais de um mês – dão mostras de como está o ânimo da população com ele. E agora, a reação em Itumbiara, reforça a imagem de um governo e um governador perdidos. E sem apoio popular.
Em um blog, os manifestantes relataram o drama que viveram, e que teria começado já no aeroporto, na chegado do governador. O que veio depois é caso de revolta – pra começo de conversa. Acompanhe abaixo:
Marconi promove perseguição e agressões a manifestantes
Após desembarcar no aeroporto de Itumbiara, para participar de showmício de inauguração de sede da UEG, o governador Marconi Perillo revelou mais uma vez sua face de ditador. Ao apontar de cima do palco manifestantes do Movimento Fora Marconi, que se encontravam na plateia, cerca de 15 jovens passaram a sofrer agressões de PMs e de capangas suspeitos de serem ligados ao prefeito José Gomes da Rocha.
O grupo de jovens que estava no local para manifestar sua indignação com a corrupção instalada no seio da administração pública estadual acabou sendo atacado sem motivo algum, pela simples presença. Os relatos são de pânico e de desespero pela ultraviolência utilizada contra pessoas inocentes e indefesas.
Segundo a estudante Aymê Sousa, houve espancamento de manifestantes. “Fomos espancados aqui em Itumbiara a mando do Marconi. Nada fizemos. Fomos roubados: faixas, megafone, câmera digital, tudo”, disse. “Eu como pessoa, como cidadã, me sinto humilhada. Fomos perseguidos até a saída, rasgaram nossa constituição, me humilharam! Gente isso é muito grave”, reclamou.
Aymê pediu socorro por um celular emprestado de morador de Itumbiara. Desesperada e com a vida em perigo ela desabafou mais: “O coronel Marconi não deve e não pode acabar com a nossa sede de justiça. Um capanga falou abertamente que nos mataria e que se a gente voltasse para perto do palco esmagaria a cabeça de um dos nossos companheiros”.
O estudante Victor Hipólito contou que o grupo de manifestantes teve dificuldades para sair do local e acabaram se refugiando numa casa. “Estávamos no Fora Marconi em Itumbiara, fomos espancados e estávamos sendo perseguido. O Marconi reconheceu e chamou um policial no palco e apontou para nós. Um dos capangas do prefeito da cidade me pegou e falou que quando eu sair da cidade ia esmagar minha cabeça. Estamos escondidos, estão atrás de nós, estou com medo. Estou com medo. Estamos cercados”, disse.
Goiás 247
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