Apple proíbe iranianos residentes nos EUA de comprarem produtos da marca
Maioria dos compradores de origem iraniana é composta por estudantes matriculados em universidades norte-americanas
Multinacionais como a Apple e o TD Bank aprimoraram a série de sanções econômicas decretada por Estados Unidos e União Europeia contra o programa nuclear iraniano de Mahmoud Ahmadinejad. Se Teerã já não podia vender petróleo à Europa e mediar operações financeiras com entidades norte-americanas, agora seus cidadãos estão sendo boicotados por empresas que se negam a vender seus produtos e serviços.
Nos EUA, o principal alvo das críticas da comunidade iraniana é a gigante de informática Apple. De acordo com muitos estudantes, a companhia estaria se recusando a vender itens como iPads e iPods a clientes do país persa.
Em entrevista à emissora norte-americana Atlanta WSBTV, a estudante Sahar Sabet, da Universidade da Geórgia, conta que queria comprar um iPod, mas que o vendedor se recusou a atendê-la. Quando o funcionário da loja descobriu que tanto ela quanto seu amigo falavam persa, o idioma oficial do Irã, ele teria respondido “Não posso vender para vocês porque nossos países não possuem boas relações”.
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O mesmo ocorreu na cidade de Sacramento, onde um cidadão norte-americano de origem iraniana foi a uma loja da Apple porque queria comprar um iPod para seu sobrinho. Como o jovem mora em Teerã, ele não pôde levar o produto para casa. Em Atlanta, o mesmo ocorreu quando um estudante de origem iraniana revelou no interior de uma loja da empresa que visitaria parentes no Irã durante o próximo verão.
Jamal Abdi, do Conselho Nacional Iraniano-Americano, escreveu uma carta ao jornal The New York Times na qual coloca que “objetivos como a liberdade na Internet, tão importantes para os movimentos pela democracia e pelos direitos do homem, são dificultados no Irã devido a companhias como o Google e o Yahoo, que se recusam a oferecer seus serviços a computadores com endereço de IP iraniano”.
Diversas pessoas que vivem no Canadá, mas que possuem descendência iraniana, tiveram suas contas no TD Bank fechadas sem aviso prévio ou ordem judicial. Em entrevista à emissora britânica BBC, Kaveh Shahrooz, do grupo Congresso Iraniano-Canadense, alegou que “se ele [o TD Bank] identifica um nome persa, logo fecha a conta”.
Os afetados são, em sua maioria, estudantes de origem persa que recebem pequenas remessas de Teerã para ajudar a bancar seus estudos fora do país. Shahrooz explica que, em muitos casos, os alunos atingidos pela nova diretriz do banco “ainda não haviam nem recebido as bolsas de auxílio”.
A BBC consultou o TD Bank, que negou as acusações e alegou ter avisado seus clientes com antecedência sobre o “iminente fechamento de suas contas”.
BBC