Segundo os organizadores, cerca de 25 mil pessoas participaram da Flip deste ano, que homenageou o poeta Carlos Drummond de Andrade
Foi inesperada e sensível a homenagem que Luís Fernando Verissimo fez, no encerramento da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), a Millôr Fernandes, que morreu em março deste ano. Último escritor a se apresentar no evento “Livro de Cabeceira”, no qual autores convidados da Flip liam trechos de suas obras favoritas, Verissimo disse que iria ler um texto de uma coletânea de crônicas mas só contaria no fim quem o havia escrito.
“Sento e sinto e vejo, em criação única, pessoal e intensa, porque ninguém materializou isso para mim. Estou só – eu com minha imaginação. E um livro.” Assim terminava a crônica “Imaginação”. “Millôr Fernandes”, disse Verissimo.
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Dez autores participaram do encontro, que marcou o fim do festival literário, em sua décima edição. Amin Maalouf foi o primeiro, e leu um trecho de “O Mundo que Eu Vi”, de Stephen Zweig. Em seguida vieram Dany Laferrière (“Funes, o Memorioso”, de Jorge Luís Borges), Dulce Maria Cardoso (“Os Passos sem Volta”, de Herberto Helder) e Enrique Vila-Matas (“Ao Volante do Chevrolet pela Estrada de Sintra”, poema de Fernando Pessoa). A cubana Zope Valdez escolheu uma autora brasileira, Lygia Fagundes Telles, de quem leu um trecho do conto “O Moço do Saxofone”. Já Ian McEwan disse que leria um trecho de um dos melhores contos da literatura em língua inglesa: “Os Mortos”, publicado em “Dublinenses”, de James Joyce. Também se apresentaram Javier Cercas, que leu o fim de Dom Quixote, de Cervantes, e Juan Gabriel Vasquez, que escolheu um trecho de “O Estaleiro”, de Juan Carlos Onetti. “Querendo ler Faulkner, mas também algo que fosse em minha língua, escolhi o escritor mais falkneriano dentre os latino-americanos”, disse Vasquez.
Segundo os organizadores, cerca de 25 mil pessoas participaram da Flip deste ano, que homenageou o poeta Carlos Drummond de Andrade. Informações sobre a próxima edição do evento ainda não foram divulgadas.